Coragem é discernimento é para quem tem
Nelson Mandela ao sair do cárcere após 27 anos, em vez de conclamar uma jornada por vingança optou por uma rota que conduziu a África do Sul a se tornar um país unificado. Evitou uma sangrenta guerra fratricida e conseguiu a paz dentro dos parâmetros possíveis,diga-se de passagem inesperados se considerarmos as tensões existentes e conflitos previsíveis.
Sua santidade o Papa Francisco no iníciodo seu pontificadopediu: “Rezem por mim, pois tenho necessidade de oração, eu sou um pobre pecador”. Escancarou como seriam as diretrizes que o regeriam. Com desassombro, coragem e determinação inquebrantáveis defenestrou figuras proeminentes da Cúria que não lhe mereciam confiança e deslustravam os postos, inclusive incorrendo em atos corruptos e corruptores. Vergastou os clérigos pedófilos, antiga e vergonhosa chaga, anatematizando os que praticavam o nefando crime. Em vez de desloca-los de suas paróquias possibilitando que se alastrassem os efeitos deletérios, cortou o mal pela raiz, implacavelmente.
Dois exemplos a ser seguidos, mas como isso é raro!
A presidente Dilma iniciou seu governo com um ministério parcialmente indicado pelo antecessor. Joeirou já nos primórdios os que não se mostraram dignos de confiança. Paulatinamente, ao perceber não contar com o respaldo firme da cúpula partidária foi abrandando ímpeto inicial, cedeu aos reclamos da “governabilidade” e a “Nomenklatura” se autoprotegeu.
No âmbito esportivo ocorreu o ignominioso, afrontoso caso de racismo no jogo Grêmio X Santos. O presidente Koff, indignado, reagiu da única maneira cabível diante do acinte: EXPULSOU os sócios envolvidos identificados e entregou as imagens televisivas às autoridades competentes. Demonstrando audácia sem precedentes os integrantes da Geral do Grêmio repetiram os cânticos racistas no jogo subsequente, Grêmio X Bahia. Demonstrando total e absoluta desconformidade a massa torcedora vaiou estrepitosamente essa minoria, porém a atitude digna não conseguiu – nem poderia – abafar o descalabro. Foi agota d’água, o Conselho Administrativo, por unanimidade, suspendeu por tempo indeterminado a Geral do Grêmio.
Apesar da atitude intimorata as consequências não se fizeram esperar: O Tribunal de Justiça Desportiva julgou e condenou. Não poderia agir de outra forma. A Pena de Talião foi aplicada e doravante uma Espada de Dâmocles estará permanentemente suspensa sobre as instituições, mesmo que todas as precauções preventivas sejam tomadas.