Ovelha não é pra mato
O PSDB também não. Ao contrário do PT que se movimenta com desenvoltura e não tem pruridos em aproveitar qualquer brecha que se apresente, o PSDB titubeia em estrondear os visíveis desvios de conduta – para usar termos politicamente palatáveis – que se escancaram aos borbotões. Pasadena e Abreu Lima são apenas dois escândalos do momento, escarafunchando com afinco o que ainda permanece ignoto o mensalão, comparativamente, seria considerado pequeno desvio de conduta. Apesar do ex-diretor da PETROBRAS Paulo Roberto Costa estar já com mais de 40 horas de depoimento, certamente alicerçado em provas convincentes, atingindo governadores, ministros, líderes partidários e políticos ligados à cúpula do governo, a presidente Dilma diz que “o governo não é suspeito” e Gilberto Carvalho condena o VAZAMENTO DE DADOS.
Estamos diante de um paradoxo: Quando Edward Joseph Snowden divulgou o conteúdo do vazamento dos dados foi aplaudido, ovacionado em âmbito mundial, inclusive obteve asilo na Rússia. Agora, como respinga no Planalto, mesmo não refutando condena-se Paulo Roberto Costa e vai-se à caça de quem quebrou o sigilo do depoimento. Não houve questionamento à veracidade dos fatos denunciados. Relembrando a letra do “Samba do crioulo doido” onde a barafunda é completa e os personagens se miscigenam sem nenhum respeito à realidade dos fatos e logicidade do tema, uma possível eleição de Marina Silva poderia ser encarada como derrota da Dilma, mas não do PT, que inclusive estaria sendo preservado dum inevitável desgaste do próximo governo devido à situação caótica em que imerge o país. Permitiria, outrossim, uma campanha “volta Lula” como salvador da pátria em 2.018 (o ex-presidente já afirmou que naquela data estará com 72 anos, lépido e fagueiro). Prejuízo a curto, lucro a médio e longo prazos.
Na geleia geral das acusações, Eduardo Campos também entra no rol e, por sinergia Marina. Abreu Lima se localiza no estado que governava na época das negociações.
E o PSDB de Aécio? Meteu-se numa camisa-de-onze-varas. Após um início em que despontava como candidato a disputar o 2º turno, mantem-se alijado não apenas no momento atual como os horizontes futuros também se prenunciam desalentadores. Mais por incompetência intrínseca que por falta de armas a serem terçadas. É… “Ovelha não é pra mato”.
Realmente, parece que o eleitor brasileiro está…“no mato sem cachorro”.