Litoral Norte busca alternativas para enfrentar o abigeato
O vice-presidente da Câmara de Vereadores de Três Cachoeiras, Ronaldo Cardoso Leal, contou que três “roubos grandes” aconteceram apenas na sua cidade nos últimos meses. “Eles levam de 15 a 20 cabeças por vez”, disse.
O coronel Altemir Ferreira, do Comando Regional da Polícia Ostensiva do Litoral, um organismo da Brigada Militar, ressaltou que o roubo de gado é um crime que não aparecia nos indicadores locais da instituição anteriormente. Segundo ele, é fundamental que os proprietários registrem os crimes, para que a polícia consiga formar um mapa de onde estão as maiores incidências. Como é difícil que um criminoso fique preso por roubo, os produtores ficam com a sensação de impunidade e deixam de registrar as ocorrências. A falta de punição aos crimes também incentiva os ladrões a continuarem praticando os delitos. O coronel sugere que os produtores façam reuniões com os comandantes locais e formem uma rede de informações. “Qualquer movimento suspeito deve ser imediatamente informado à polícia, para que dê tempo de ela agir antes de o crime acontecer”, recomendou.
O deputado Ciro Simoni (PDT) comentou que, pelo perfil dos crimes, existe uma quadrilha especializada em roubo de gado agindo no Litoral Norte. Eles entram nas propriedades à noite em carros pequenos e um caminhão os aguarda na rodovia mais próxima. Levam o couro e as partes do animal que dão retorno, e deixam as cabeças e as vísceras “Esse pessoal não rouba menos de 10 animais por vez”, afirmou.
Segundo o deputado Edson Brum (PMDB), presidente da CAPC, é preciso desenvolver um trabalho conjunto com a Secretaria da Saúde para fiscalizar para onde essa carne está indo. Lembrou que Ciro Simoni será o futuro secretário estadual da Saúde e que poderá contribuir para combater o problema. O secretário da Agricultura de Osório, Marcos Bolzan, relatou que o órgão iniciará um trabalho de fiscalização de açougues e supermercados na cidade.