Polícia impede que passeata do PSTU chegue à Cinelândia
Miguel Malheiros, membro da coordenação da Conlutas do Rio de Janeiro, afirmou que “diante do grande aparato repressivo”, a organização do movimento decidiu suspender a passeata.
As entidades repudiam os acordos firmados entre os governos americano e brasileiro, alegando que eles ferem a soberania nacional na medida em que significam a entrega de recursos naturais nacionais, como o petróleo do pré-sal, aos Estados Unidos. Elas são contra também a interferência americana no Oriente Médio.
Malheiros considerou que apesar da ação da polícia, o movimento foi “vitorioso”. Ele afirmou que “os trabalhadores, os estudantes, a juventude, o povo do Rio de Janeiro manifestou-se nas ruas, mostrou ao mundo, inclusive com bastante criatividade, com faixas puxadas por aviões na orla oceânica da cidade, que nós não aceitamos a entrega do pré-sal e os acordos assinados pelos dois governos. E que nós dizemos categoricamente: Obama, ‘go home’ [volte para casa]”.
Amanhã (21), o PSTU e a Conlutas prometem lavar o chão que Barack Obama pisou hoje na Cinelândia. O local foi palco de movimentos históricos no país, como a Passeata dos Cem Mil contra o regime militar e os comícios do movimento pelas Diretas Já.
Os advogados do PSTU-RJ estão reunidos neste momento para decidir se darão entrada ainda hoje com um pedido de habeas corpus para libertação dos 13 detidos no ato ocorrido na última sexta-feira (18), que resultou em um vigilante do consulado norte-americano ferido por uma bomba incendiária, ou se irão aguardar até amanhã (21).
Eles são apoiados pelos advogados criminalistas Modesto da Silveira e Marcelo Cerqueira. Ontem (19), o pedido de revogação da prisão dos detidos na manifestação foi negado pela Justiça, sob a fundamentação de que sua libertação ameaçaria a ordem pública, disse o advogado do PSTU-RJ, Aderson Bussinger.