Catástrofes naturais atingiram mais de 30 milhões em 2010
A informação foi dada no Rio de Janeiro, pelo secretário-geral da Federação Internacional da Cruz Vermelha, Bekele Geleta, que está em visita ao Brasil, para tratar das relações institucionais, com entidades públicas e privadas do país.
Os números dizem respeito apenas aos atendimentos decorrentes de tragédias naturais e foram feitos pelos cerca de 270 mil funcionários da Cruz Vermelha, em todo o mundo. Geleta ressaltou que o montante é ainda maior se forem computadas as pessoas beneficiadas por serviços de prevenção à saúde e aqueles relativos a questões sanitárias.
Para o secretário-geral da Federação Internacional da Cruz Vermelha, o agravamento das questões climáticas poderá piorar a situação, como já vem sendo possível ser constatado também em 2011, com tragédias como o terremoto, seguido de tsunami, ocorrido no Japão e os tornados que vêm assolando vários estados norte-americanos.
“São, em geral, questões decorrentes de problemas ambientais, mudanças climáticas e também de violência urbana. O número de desastres naturais tem aumentado ano a ano. E a questão é saber se as economias dos países afetados vão crescer o suficiente para ajudar as pessoas a não ficarem tão expostas a tragédias ou mesmo minimizar os efeitos dessas catástrofes”.
Ao lembrar que o governo brasileiro doou US$ 1 milhão para o Haiti, quando do terremoto que devastou o país no ano passado, o secretário-geral da Cruz Vermelha destacou o fato de que o Brasil está cada vez mais presente na cena internacional.
“Iniciativas como essas mostram que o governo brasileiro começou a ser ativo também na participação e no socorro às questões humanitárias internacionais. O que mostra que o governo brasileiro está cada vez mais presente nos assuntos de relevância no mundo e também no suporte às pessoas necessitadas.”
Geleta destacou o problema da segurança alimentar como uma das grandes preocupações da Cruz Vermelha Internacional nos tempos de hoje. Segundo ele, o problema não diz respeito somente à falta de alimento necessário para a humanidade e, em particular, para os países mais pobres. Mas preocupa igualmente a desnutrição, para ele, um problema ainda mais grave.
“Talvez ainda mais grave do que a falta de alimento é a questão da alimentação inadequada.” Para ele, “não seria correto usar a palavra fome, mas, sim, a insuficiência ou a alimentação inadequada que produz crianças mal nutridas – isso diminui os anticorpos das crianças e das mães em fase de amamentação”.
A avaliação parte do pressuposto de que “o mundo responde muito mais rapidamente em momentos de fome localizada, mas não com a mesma rapidez e precisão em relação à questão da desnutrição”.
Em sua avaliação, a solução para o problema da falta de alimentação seria mudar os métodos de produção de alimentos, para aumentar a oferta.
Para Geleta, a segurança da alimentação depende de investimentos em tecnologia, “o que os governos e as empresas já vêm fazendo. Acredito que, brevemente, encontraremos uma solução para esse problema específico. Quando eu falo em segurança alimentar, falo em alimentação suficiente para poder ser distribuída. Mas não só na quantidade adequada, mas também em qualidade suficiente para propiciar os nutrientes necessários. É preciso essencialmente que tenha nutrientes em quantidade suficiente para prover saúde e criar pessoas saudáveis”, disse.