Restrição a produtos argentinos faz parte do jogo comercial
Em janeiro, os ministros das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, e da Argentina, Héctor Timerman, conversaram sobre a polêmica envolvendo as barreiras comerciais aos produtos brasileiros em território argentino. Na conversa, eles afirmaram que o processo é comum quando as economias seguem um curso de evolução positiva, de acordo com os presentes.
Para os negociadores brasileiros, a decisão anunciada ontem (12) pelo Brasil é natural no contexto internacional porque visa à preservação do equilíbrio e da estrutura nacionais do setor industrial. De acordo com eles, a comunidade internacional compreende quando determinadas medidas são adotadas de forma justificada.
Ontem o MDIC anunciou que a partir de agora a importação de automóveis e autopeças não será mais por meio de licenças automáticas. Isso significa que o processo de entrada de produtos argentinos no Brasil pode demorar até 60 dias para ser aprovado. Segundo informaram os técnicos, a medida inclui não só a Argentina, mas também o México e a Coreia do Sul.
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, negou ontem que a decisão seja uma retaliação às barreiras impostas aos produtos brasileiros. “Estão usando o termo errado. Retaliação é coisa complicada de fazer, por enquanto estamos só monitorando. As medidas adotadas nas alfândegas [do Brasil] foram tomadas contra vários países”, disse.
Segundo Pimentel, foi encaminhada uma carta à ministra da Indústria da Argentina, Débora Giorgi, pedindo o fim das retenções de mercadorias brasileiras nas alfândegas argentinas. Desde o ano passado, a Argentina cria dificuldades para a liberação de mercadorias brasileiras que chegam em suas alfândegas.