Arroz poderá ter utilização em ração animal
Pela modalidade Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro), os leilões devem ocorrer a partir do final do mês de agosto e devem ser realizados a cada 15 dias, ofertando, em média, 100 mil toneladas por vez. O arroz será utilizado na composição de ração para aves e suínos em substituição ao milho.
O secretário da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, declarou os grupos de trabalho formados por técnicos do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Emater e instituições de pesquisa e de ensino apontaram a possibilidade técnica e nutricional do arroz para utilização em ração animal, além da viabilidade financeira em substituição ao milho.
Mainardi destacou que a ação favorece três setores ao mesmo tempo: arrozeiro, avícola e suinocultor. “Além de ajudar a enxugar o excedente de arroz, a medida desafoga os setores de aves e suínos que vêm sofrendo pelo alto custo do milho”, explicou o secretário.
O prefeito Daiçon Maciel da Silva destacou como importante a presença marcante do segmento do arroz através das autoridades e entidades presentes ao evento. “Esse segmento é de extrema importância para a arrecadação do município, tendo em vista a tecnologia de plantio, colheita e armazenamento, bem como a qualidade produtiva do grão de arroz da lavoura do município”, salientou.
Além de comemorar o anúncio da medida, o presidente do Irga, Claudio Brayer Pereira, realizou uma prestação de contas dos últimos seis meses, apontando os mecanismos e ações adotados pelo Estado e União até o momento. Pereira destacou a articulação do Governo do RS junto ao Governo Federal para a efetivação dos mecanismos de aquisição de arroz envolvendo 4,9 milhões de toneladas, com um investimento total de mais de R$ 1,1 bilhão.
Por sua vez, Zuênio disse que com a inclusão do arroz tipos 2 e 3 para ração, esse produto vai sair do mercado, deixando conseqüentemente de competir. Ele explica que na prática a oferta vai baixar e o preço do arroz deve reagir, até mesmo porque o governo vai contribuir com o incentivo de oito Reais para a saca dos tipos 2 e 3, que hoje está entre R$ 22,00 a R$ 23,50 a saca.
Para o arroz tipo 2 a indústria não pagará mais do que R$ 18,00 e para o tipo 3, o preço vai oscilar entre R$ 12,00 a R$ 16,00, mas o governo vai oferecer o incentivo de R$ 8,00 por quilo. “Essa nova política governamental para o setor deverá acontecer a partir dos leilões das 500 toneladas do arroz para ração cujo início está previsto para ocorrer entre o final deste mês e começo de setembro e a expectativa é de que a saca chegue a R$ 25,80 ou mais, o que representará um alívio para o produtor”, enfatizou o dirigente arrozeiro.
Outra decisão adotada e que Thomazi julga muito importante, vai ser a inclusão da farinha de arroz na merenda escolar em substituição à farinha de trigo.
Já quando o governador Tarso Genro esteve em Santo Antônio no último dia 18, o presidente da Associação dos Arrozeiros entregou ofício sugerindo o acréscimo de 30 por cento da farinha de arroz na farinha de trigo.
O que é Pepro?
É uma subvenção econômica (prêmio) concedida ao produtor rural e/ou sua cooperativa que se disponha a vender seu produto pela diferença entre o Valor de Referência estabelecido pelo Governo Federal e o valor do Prêmio Equalizador arrematado em leilão, obedecida a legislação do ICMS vigente em cada Estado da Federação.