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Ciclistas cobram mais ciclovias e respeito por parte de motoristas

A Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia da Assembléia Legislativa, presidida pela deputada Juliana Brizola (PDT), realizou, audiência pública que discutiu o assunto Ciclismo: as dificuldades e os desafios do ponto de vista esportivo e logístico.

A reunião foi um pedido do deputado Catarina Paladini (PSB). “Tivemos aquele caso muito grave do atropelamento dos ciclistas em Porto Alegre.

Então apresentei este pedido para que pudéssemos debater e buscarmos alternativas tanto na área da infraestrutura como na da educação”, disse Catarina.

A ideia foi saudada e obteve o apoio da deputada Marisa Formolo (PT), que também se disse estarrecida com o que aconteceu no caso dos ciclistas atropelados na capital gaúcha.

“Temos este problema flagrante de falta de educação, de humanismo, ao querer colocar o automóvel acima da vida das pessoas. Mas também temos vários problemas gerados pela falta de estrutura, de investimentos em ciclovias e ciclofaixas”, ressaltou a deputada.
 
Marcos Lorenz, da Federação Gaúcha de Ciclismo, pregou maior respeito, tanto pelo ser humano quanto pelas leis de trânsito e ressaltou o fato da bicicleta ser considerada um veículo.

“Temos grandes exemplos aqui no RS, como Sapiranga e, principalmente, Campo Bom, que têm mais de 30 quilômetros de ciclovias e um respeito muito grande aos usuários de bicicletas.

Em Porto Alegre, vejo que existe um pouco de falta de vontade das autoridades. Somos 30 mil pessoas que utilizam a bicicleta como meio de transporte e só não somos mais por falta de incentivos”, afirmou Lorenz.
 
Manoel Alves, da Associação de Esportes de Pelotas, comentou que os exemplos deveriam começar pelos serviços públicos e reclamou que ao chegar na AL não havia bicicletários e não queriam deixá-lo entrar com o veículo.

“Talvez não exista uma grande preocupação por considerarem que somos poucos, mas quem sabe se houvesse mais estrutura e uma cultura mais voltada para formas alternativas de transporte, isso não poderia ser diferente”, disse.
 
Soluções
Régulo Ferrari, da EPTC, explicou que, desde os anos 1980, se debate o uso da bicicleta como meio de transporte em Porto Alegre e que o atual plano de mobilidade foi criado muito em função da mobilização dos ciclistas.

“Dentro da rede clicoviária estrutural, todas as obras da Copa do Mundo já contarão com espaços para os ciclistas, o mesmo ocorrerá com a criação de ciclovias na Avenida Ipiranga, na Sertório e no bairro Restinga. Temos essa meta que para cada vaga de estacionamento para carros, criaremos dois metros de ciclopistas”, comentou Ferrari.
 
Conforme o diretor-presidente do Detran RS, Alessandro Barcellos, o uso da bicicleta deve ser incentivado e respeitado, por ser um veículo ecologicamente correto e que diminui o caos no trânsito das cidades, onde no Brasil, cerca de 40 mil pessoas morrem por ano.

“Mesmo que a infraestrutura para os ciclistas fique a cargo das administrações municipais, queremos contribuir na conscientização e na educação, e a melhor maneira disso acontecer é através de parcerias com os municípios e entidades representativas. É uma obrigação nossa buscarmos alternativas, pois a frota de carros cresce 7% ao ano e isso já nos causa sérios problemas”, finalizou.

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