Deputado defende bicicleta como alternativa de transporte
Inicialmente, o deputado lembrou que o 1º Fórum Mundial de Bicicleta, realizado em Porto Alegre há cerca de um mês, promoveu debates sobre a incorporação do veículo no cotidiano, além de marcar um ano do atropelamento coletivo ocorrido na Rua José do Patrocínio.
Ele ressaltou que há mais de 5 milhões de carros e motocicletas no Rio Grande do Sul, defendendo a bicicleta como meio viável de transporte alternativo e não apenas como instrumento de lazer e descontração.
Exemplos estrangeiros e nacionais
O parlamentar relatou que esteve em Buenos Aires para conhecer o programa “Mejor en Bici”, onde os usuários, por meio de cadastro prévio, podem utilizar bicicletas gratuitamente por até duas horas. A iniciativa implementada na capital argentina conta com quase 100 quilômetros de ciclovias, além de estacionamentos e acessórios de segurança.
Já em Berlim, apontou o deputado, são 775 quilômetros de ciclovias. As bicicletas são liberadas por meio de uma ligação telefônica, e o valor da corrida é calculado com base no tempo gasto e na distância percorrida. Na capital francesa, Paris, a prefeitura empresta 20 mil bicicletas, distribuídas em 1.450 postos, sendo os 30 primeiros minutos de uso sem custo. Nas capitais da Dinamarca, Copenhague, e da Holanda, Amsterdã, esse veículo representa 40% do tráfego, destacou Azevedo.
Analisando o contexto brasileiro, o parlamentar mencionou os programas adotados pelas prefeituras do Rio de Janeiro e de João Pessoa, que oferecem bicicletas para aluguel, e adiantou que Florianópolis vai inaugurar ainda este ano um sistema semelhante. Quanto à capital gaúcha, Azevedo avalia que “Porto Alegre está recém dando os primeiros passos para incorporar a bicicleta no seu cotidiano”, citando que, até o final deste ano, devem ser construídos 9,5 quilômetros de ciclovias.
Impulsionando a iniciativa, o deputado anunciou que está elaborando um projeto de lei, que será protocolado nos próximos dias, para criar bicicletários nos órgãos e entidades da administração pública estadual.
Luciano ainda comentou que, em Londres, o governo vai testar um aplicativo que, instalado no celular, mediria e pontuaria os deslocamentos feitos a pé ou de bicicleta pelo usuário, e os pontos seriam convertidos em prêmios e descontos em lojas e cinemas. Em seguida, ele detalhou um projeto em tramitação no Congresso, prevendo que as prefeituras apliquem 15% do montante arrecadado com multas de trânsito na construção de ciclovias, instalação de bicicletários e campanhas educativas para incentivar o uso de bicicletas.
Benefícios para a saúde
O deputado também listou benefícios para a saúde dos ciclistas, como redução do risco de desenvolver doenças cardíacas coronárias, diabetes, obesidade e hipertensão. Finalizando, Azevedo lembrou que a Comissão de Educação aprovou requerimento de sua autoria para promover um ciclo de debates, previsto para o segundo semestre, com o objetivo de elaborar um plano de incorporação da bicicleta ao cotidiano dos municípios gaúchos, envolvendo medidas de segurança, ciclovias, faixas compartilhadas, bicicletários, sinalização adequada, elaboração de regras e campanhas educativas.
Ao final do grande expediente, o presidente do Parlamento, deputado Alexandre Postal (PMDB), esclareceu que já está sendo providenciada a instalação de um bicicletário na Assembleia Legislativa.
Manifestaram-se em apartes os deputados Miki Breier (PSB), João Fischer (PP), Gerson Burmann (PDT), Lucas Redecker (PSDB), Raul Carrion (PCdoB), Marco Alba (PMDB), Aldacir Oliboni (PT), Cassiá Carpes (PTB) e Paulo Odone (PPS). Entre as autoridades presentes, o ex-deputado Valdir Andres e o secretário-geral do Ministério Público do RS, Júlio César Finger.