Para Fiesp, resultado do PIB mostra que economia não vai reagir
Segundo Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, o resultado do PIB é “baixíssimo” e compromete o desempenho de crescimento para 2012. “Vemos com absoluto pessimismo que, até mesmo, os 2,7% [de crescimento do PIB] do ano passado seja alcançado [este ano]”, disse ele. A previsão da Fiesp é que o crescimento da economia brasileira varie entre 2% e 2,5% até dezembro. Já para a indústria de transformação, a expectativa é de retração, que pode chegar a -0,5%.
Para Francini, mesmo que a redução da taxa básica de juros (Selic) e do spread bancário (diferença entre o custo de captação e os juros cobrados dos tomadores de empréstimos) surtam efeito, o desempenho do PIB não deverá ser grande este ano. Ele leva em consideração o resultado ruim do primeiro trimestre e a previsão de crescimento ainda baixo no segundo trimestre. Assim, sobrará pouco espaço para que a economia se recupere nos últimos seis meses do ano.
O que mais surpreendeu a Fiesp foi o desempenho da indústria de transformação, que apontou crescimento de 1,9% ante o trimestre anterior. Segundo Francini, esse dado contrasta com outros indicadores da atividade industrial, como os da produção física, também do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostra contração de 0,5% no período.
“Existe aí a questão do mistério, que até agora não foi solucionado. Não fomos capazes de solucionar esse mistério. O desempenho da indústria de transformação registrado na divulgação do PIB surpreendeu todo mundo. Deve ter deixado surpreso até mesmo o próprio IBGE, que tem outra medição, que é a PIM (Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física), que mede a produção física, que indicava queda no primeiro trimestre”, disse Francini.
Em entrevista à Agência Brasil e à TV Brasil, Francini disse ainda que a Fiesp pretende revisar a previsão de crescimento para 2012 no fim deste mês. Segundo o diretor, a expectativa da federação é que ocorra uma recuperação da indústria no segundo semestre, mas ainda insuficiente para elevar a taxa de crescimento do PIB acima de 2,5%.