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Irga divulga a estimativa para a safra de arroz 2012/2013

Os produtores gaúchos estão preparados para plantar 1,02 milhão de hectares de arroz, área semelhante à semeada na safra 2011/2012. A estimativa foi divulgada, nesta quarta-feira (22), pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). Para o presidente do Irga, Claudio Pereira, a intenção depende muito das condições climáticas. “O produtor necessita de chuva para poder plantar o esperado”, afirmou.

Em 54,6 % das áreas, o plantio de arroz está garantido, mesmo que não haja a ocorrência de precipitações, num total de 562,2 mil hectares, porém 45,4 % ainda dependem das chuvas para plantar. “Se não houver a ocorrência de chuva, não haverá água suficiente para a irrigação”, destacou Pereira.

A região com a situação mais crítica é a Campanha, que está somente com 32.8% de reserva hídrica para iniciar o plantio. “A intenção dos produtores é semear uma área de 134,4 mil hectares, mas estão na dependência da reposição dos mananciais para atingir a plenitude do plantio. Se isto não ocorrer, será possível plantar 44,1 mil hectares, ou seja, uma redução de 67,2 %”, disse o presidente do Irga.

A Depressão Central do Estado também enfrenta problemas em seus mananciais, pois possuem apenas 41,7% de reservas hídricas. A estimativa da região é plantar 149,4 mil hectares, sendo que, atualmente, é possível plantar 62,3 mil hectares. Outra região que registra um índice preocupante é a Zona Sul, com uma reserva de 58,9% de água e com a expectativa de semear 171,6 mil hectares. Se o plantio fosse hoje, seria possível semear 100,9 mil hectares.

Previsões
As regiões que estão com níveis mais confortáveis de reserva hídrica são a Planície Costeira Externa, que já está com as barragens com 80% da capacidade e uma previsão de plantio de 113,4 mil hectares, e a Planície Costeira Interna, com 75,5% de reserva e planeja plantar 137 mil hectares.

Para o meteorologista do Irga, Glauco Freitas, a tendência para primavera é de chuvas abundantes no Estado. As regiões que poderão receber os maiores volumes de chuva, podendo ficar acima da média histórica para os próximos três meses são: Campanha, Zona Sul, parte da Fronteira-Oeste e também parte da Planície Costeira externa. “Se esta previsão ocorrer de fato as perspectivas para a Campanha e Zona Sul podem se reverter e aumentar a reserva de água nas barragens”, afirmou Freitas.
 
Na Depressão Central e Planície Costeira Interna também ocorrerá bons volumes de chuva, mas não comparado com as demais regiões.  “A previsão é que tenhamos em torno 40 % de chuva acima da média para a primavera e um verão dentro média ou se oceano Atlântico permanecer aquecido até um pouco acima da média histórica”, destaca o meteoroligista.

Segundo o meteorologista, estudos realizados mostram que o El Niño tem uma maior influência em outubro, novembro e dezembro, com maior impacto em dezembro. “Porém é importante estar atento, pois em algumas regiões os reservatórios não atingiram a metade da capacidade e precisam de uma chuva forte em forma de pancadas, ou seja, o volume atinge quase todo o esperado para o mês em poucas horas. Isso é melhor para encher os reservatórios, já outras regiões precisam de uma chuva contínua ao longo de vários dias para encher. Mesmo que alguns reservatórios encham rapidamente, esta água pode ser perdida para o lençol freático que está baixo devido ao grande déficit de chuva que se encontra o Estado desde o Verão passado até agora.”

Recomendações
De acordo com o presidente do Irga, se não chover, a recomendação é que se plante soja nas áreas com dificuldade de acesso a água, para que o produtor garanta a renda nesta safra. “São vários os motivos para aplicar a rotação. Nós vamos ter garantia de qualidade e produtividade, que se reflete na renda do produtor de arroz. A rotação de cultura é um preceito básico da agronomia. A rotação vem na esteira da solução dos problemas estruturais da lavoura de arroz como na ajuda da solução da crise”, ressalta o presidente do Irga.

Para a safra 2012/2013 existe a intenção de plantar soja em rotação com arroz numa extensão de 247,2 mil hectares. “Esta intenção de plantio é independente da ocorrência de chuvas. São produtores que já trabalham no sistema de rotação”, disse Pereira. A região da Campanha é que tem a previsão de plantar uma área maior serão 120 mil hectares, seguidos da Planície Costeira Interna com 47,9 mil hectares e da Zona Sul com 37,5 mil hectares. A Depressão Central irá plantar 35,1 mil hectares de soja em área de arroz, a Fronteira-Oeste deve plantar 4 mil hectares e a Planície Costeira Externa 2,6 mil hectares.

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