OIT estima aumento do desemprego entre jovens
De acordo com o documento Panorama Mundial do Emprego: Perspectivas Pouco Animadoras para os Jovens no Mercado Laboral, divulgado hoje (4), a crise na zona do euro contribuiu para o crescimento das taxas de desemprego na faixa etária entre 15 e 24 anos, inclusive em países emergentes, como o Brasil. Para enfrentar a situação, a OIT enfatizou a necessidade da atuação dos governos com políticas de incentivo e apoio.
Segundo a organização, a propagação do desemprego juvenil terá reflexo nas economias da América Latina e do Sudeste Asiático com a diminuição das exportações. A perspectiva é que a taxa fique estável no médio prazo, por volta dos 14,6%, nas regiões. No Norte da África e no Oriente Médio, o desemprego deve ficar acima dos 26% nos próximos anos – bem acima da média mundial.
De acordo com o relatório, o desemprego juvenil tende a diminuir nas economias desenvolvidas nos próximos cinco anos, de 17,5%, em 2012, para 15,6%, em 2017. Antes do início da crise econômica mundial, em 2009, a taxa era 12,5%.
A queda nesses países, no entanto, não significa a criação de empregos, mas a desistência de grande parte dos jovens, economicamente ativos, em procurar trabalho. Por não estarem buscando emprego, deixam de ser contabilizados como desempregados.
Para a OIT, é importante o apoio do governo aos jovens por meio da criação de empregos com políticas macroeconômicas, políticas no mercado laboral, capacitação, incentivos fiscais e adoção de políticas anticíclicas.
“[Os governos] poderiam ajudar a tirar da rua os que buscam trabalho e integrá-los em atividades úteis, proporcionando-lhes assim proteção contra futuras crises econômicas”, disse, em nota, o principal autor do estudo e responsável pela Unidade Tendências de Emprego da OIT, Ekkehard Ernst.
Previsões da taxa de desemprego juvenil:
Mundo: 12,7% (2012) – 12,9% (2017)
Europa Central e Leste Europeu: 16,9% (2012) – 17% (2017)
Economias desenvolvidas: 17,5% (2012) – 15,6% (2017)
Ásia Oriental: 9,5% (2012) – 10,4% (2017)
América Latina e Caribe: 14,6% (2012) – 14,7% (2017)
Oriente Médio: 26,4% (2012) – 28,4% (2017)
Norte da África: 27,5% (2012) – 26,7% (2017)
Sul da Ásia: 9,6% (2012) – 9,8% (2017)
Sudeste Asiático e Pacífico: 13,1% (2012) – 14,2% (2017)
África Subsaariana: 12% (2012) – 11,8% (2017)