Integração de órgãos de trânsito contém número de mortes no feriadão da Independência
As perdas de vidas no trânsito do feriado preocupam o Rio Grande do Sul. Mas na realidade, se comparado ao vizinho Estado de Santa Catarina, que registrou 23 mortos neste feriadão, o RS teve um bom desempenho – embora contando com uma malha rodoviária significativamente maior (cerca de 31%). “Enquanto se perderem vidas no trânsito, não há motivos para comemorar, mas aqui não tivemos manchetes tão chocantes como a que vemos na imprensa catarinense”, afirmou Barcellos.
“Acreditamos na força das parcerias e também na influência da mídia”, destaca o presidente do Detran gaúcho ao referir-se não apenas à cobertura espontânea da imprensa, mas também à campanha educativa deflagrada nesse feriadão, quando foram investidos R$ 375 mil em mídia e R$ 100 mil na produção de comerciais de rádio e TV e de panfleto. Essas peças serão reaproveitadas em outras oportunidades, potencializando assim o valor investido em produção.
A campanha alerta para os riscos da imprudência no trânsito. Na TV e no rádio, ela adquire um tom mais impactante, tendência que já vem marcando outras campanhas do Detran/RS. Já as ações nos pedágios apelam para o inusitado para chamar atenção dos condutores. Eles recebem uma bola de papel colorido amassado, que é, na verdade, um panfleto. Ao abri-lo, percebem que se trata de um carro acidentado. “É assim que você quer terminar a sua viagem?”, questiona a mensagem. “Imprudência mata”.
O VT segue a mesma linha, alertando para as consequências da imprudência ao volante com imagens de impacto. A bagagem colocada no porta-malas do veículo vai formando – enquanto o locutor narra os comportamentos de risco no trânsito – a imagem de um corpo sendo embalado em um saco preto.
A nova linguagem das campanhas de trânsito inspira-se no exemplo da Austrália, que utiliza mensagens impactantes e realistas para sensibilizar os motoristas. A CEO da organização australiana TAC (Transport Accident Comission), que esteve recentemente em Porto Alegre para o Congresso Internacional de Trânsito, explicou que quando a TAC veiculou seu primeiro comercial, em 1989, eram registradas quase 800 mortes no trânsito do Estado de Victoria. Em 2011, esse número havia caído para 278.