Policial

Integração de órgãos de trânsito contém número de mortes no feriadão da Independência

O efetivo envolvido na Operação Viagem Segura do feriado da Independência incluiu 600 agentes da Polícia Rodoviária Federal, 265 policiais militares, 80 viaturas, 194 bafômetros, 57 radares, 30 motocicletas, um helicóptero, postos fixos e móveis de fiscalização. O diretor-presidente do Detran/RS, Alessandro Barcellos, considera que, sem esse grande esforço de fiscalização dispendido pelas instituições que participam da Operação, certamente teria havido muito mais do que as 17 vítimas fatais contabilizadas nos locais dos acidentes.

As perdas de vidas no trânsito do feriado preocupam o Rio Grande do Sul. Mas na realidade, se comparado ao vizinho Estado de Santa Catarina, que registrou 23 mortos neste feriadão, o RS teve um bom desempenho – embora contando com uma malha rodoviária significativamente maior (cerca de 31%). “Enquanto se perderem vidas no trânsito, não há motivos para comemorar, mas aqui não tivemos manchetes tão chocantes como a que vemos na imprensa catarinense”, afirmou Barcellos.

“Acreditamos na força das parcerias e também na influência da mídia”, destaca o presidente do Detran gaúcho ao referir-se não apenas à cobertura espontânea da imprensa, mas também à campanha educativa deflagrada nesse feriadão, quando foram investidos R$ 375 mil em mídia e R$ 100 mil na produção de comerciais de rádio e TV e de panfleto. Essas peças serão reaproveitadas em outras oportunidades, potencializando assim o valor investido em produção.

A campanha alerta para os riscos da imprudência no trânsito. Na TV e no rádio, ela adquire um tom mais impactante, tendência que já vem marcando outras campanhas do Detran/RS. Já as ações nos pedágios apelam para o inusitado para chamar atenção dos condutores. Eles recebem uma bola de papel colorido amassado, que é, na verdade, um panfleto. Ao abri-lo, percebem que se trata de um carro acidentado. “É assim que você quer terminar a sua viagem?”, questiona a mensagem. “Imprudência mata”.

O VT segue a mesma linha, alertando para as consequências da imprudência ao volante com imagens de impacto. A bagagem colocada no porta-malas do veículo vai formando – enquanto o locutor narra os comportamentos de risco no trânsito – a imagem de um corpo sendo embalado em um saco preto.

A nova linguagem das campanhas de trânsito inspira-se no exemplo da Austrália, que utiliza mensagens impactantes e realistas para sensibilizar os motoristas. A CEO da organização australiana TAC (Transport Accident Comission), que esteve recentemente em Porto Alegre para o Congresso Internacional de Trânsito, explicou que quando a TAC veiculou seu primeiro comercial, em 1989, eram registradas quase 800 mortes no trânsito do Estado de Victoria. Em 2011, esse número havia caído para 278.

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