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Ciclone traz cenário muito perigoso para o Rio Grande do Sul nesta quarta-feira, diz Metsul

O Rio Grande do Sul há muito tempo não sofre as conseqüências de um intenso ciclone extratropical, fenômeno comum e recorrente no Atlântico Sul e que nos últimos meses foi mais freqüente em latitudes próximas da Antártida.

No que a MetSul Meteorologia avalia como um cenário extremamente perigoso, pelo potencial de danos e transtornos para a população, esta trégua está prestes a acabar.

Centro de baixa pressão bastante profundo avança do Centro da Argentina para o Rio da Prata, onde deve se intensificar ainda mais com pressão mínima central apenas entre 980 e 985 hPa. Este sistema se converte em um ciclone extratropical intenso durante a quarta-feira na área do Prata, provocando vento muito forte com rajadas intensas com potencial até destrutivo em alguns locais.

A pressão atmosférica despencará no Rio Grande do Sul nesta quarta com marcas abaixo de 1000 hPa e que em alguns locais mais ao Sul podem chegar a valores tão baixos como 990 hPa ou menos.

A análise das projeções dos modelos pela MetSul sugere que o vento ganha muita força no decorrer desta quarta-feira, soprando ainda forte na quinta, mas enfraquecendo depois ao longo do dia.

As áreas mais atingidas pela ventania associada ao ciclone devem ser o Uruguai, a foz do Prata e as Metades Sul e Leste do Rio Grande do Sul. Modelos chegam a indicar vento de até 75 nós (139 km/h) no mar, junto ao Chuí, entre amanhã e quinta (mapa abaixo com a projeção do vento em rajadas – em nós – do modelo Europeu).

Na área de Porto Alegre o vento pode soprar com rajadas de 70 a 90 km/h, superiores em alguns pontos, em especial nos pontos altos da cidade e próximos do Guaíba.

Devem exceder os 100 km/h sobre a Lagoa dos Patos. Na região de Pelotas pode ficar entre 80 e 100 km/h com rajadas superiores.

Em Rio Grande, o vento pode atingir de 90 a 110 km/h com força até de 120 km/h ou mais em alguns pontos da região. No Litoral Sul, especialmente entre Hermenegildo e o  Chuí, a ventania deve atingir 100 km/h com rajadas localizadas de 110 a 130 km/h, talvez até 140 km/h na beira da praia.

Sorte é que o Litoral Sul gaúcho é bem menos densamente povoado que o Norte, onde o vento também deve ser forte com 80 a 100 km/h em alguns pontos, mas com rajadas ocasionalmente superiores nas praias mais ao Sul do Litoral Norte (eixo Tramandaí – Quintão).

O potencial de danos e transtornos é altíssimo. O vento muito forte pode provocar queda de placas de publicidade e postes, além de causar destelhamentos. Pode ser registrado um elevado número de queda de árvores em Porto Alegre e outros pontos do Sul e do Leste do Estado.

Apenas com o vento intenso já seria de se esperar um número de alto de queda de árvores, mas com o solo saturado e instável pelo excesso de chuva o número pode ser ainda maior do que normalmente se observa com potencial bloqueios totais ou parciais de ruas e rodovias.

As conseqüências mais amplas deverão se dar no abastecimento de energia com muitos problemas na rede elétrica. Não é exageros e cogitar que entre 300 e 500 mil clientes das três concessionárias do Estado (CEEE, RGE e AES) possam ficar sem energia em determinado momento, o que significa entre um milhão e dois milhões de pessoas sem luz, cerca de 10% a 20% da população gaúcha.

Até porque o vento mais forte ocorrerá na região de concessão da CEEE, no Leste do Estado, onde estão alguns dos maiores aglomerados urbanos gaúchos como Porto Alegre (maior) e Pelotas.

É extremamente desaconselhável a navegação no Guaíba, nas lagoas do Leste do Estado e na costa gaúcha por risco de naufrágio, sobretudo de pequenos barcos.

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