Empresário estreia na política do Paraguai como presidente da República
Com Cartes, os colorados voltaram ao poder que ocuparam durante 61 anos consecutivos (35 na ditadura de Alfredo Stroessner), até serem derrotados, em 2008, pelo ex-bispo esquerdista Fernando Lugo. Dono de 25 empresas, Cartes é conhecido como homem de negócios bem-sucedido: foi presidente do clube de futebol de segunda linha Libertad, que transformou em campeão.
Sobre ele, no entanto, pesam acusações, que vieram à tona na campanha eleitoral. O presidente eleito foi acusado, pelos adversários, de contrabando de cigarros (para o Brasil) e de tráfico. Os diretores de seu banco foram processados pela Receita Federal brasileira em 2004 por irregularidades na remessa de dinheiro do Brasil ao Paraguai. Mas foram absolvidos.
Cartes, que fala português fluentemente, defendeu-se de todas as acusações em sua página na internet – Honor Colorado (Honra Colorada) – e na primeira entrevista como presidente eleito, em abril passado. Na época, disse que queria implementar planos de combate à pobreza parecidos com os do Brasil: cerca de 19% dos paraguaios vivem abaixo do nível de pobreza.
Antes de tomar posse hoje (15), Cartes indicou uma equipe de técnicos para administrar a economia do pais – um sinal, segundo analistas políticos, de que quer “dar novo rumo” ao Partido Colorado, cuja imagem está associada à ditadura e ao clientelismo politico. A presidenta do partido, senadora Lilian Samaniego, criticou a decisão ao dizer que o gabinete precisa ter pessoas com perfil politico e não apenas técnico.
Cartes também anunciou que vai doar seu salário, de cerca de US$ 14 mil, a instituições de caridade.