Capão da Canoa decreta situação de emergência
Capão da Canoa foi o município mais atingido pelas fortes chuvas registradas em várias regiões do Rio Grande do Sul desde o final de semana passado (domingo) até terça-feira (20), o que levou o prefeito Jairo Marques a decretar situação de emergência.
Ao todo, seis bairros (Zona Norte, Novo Horizonte, Araçá, Arco-Íris, Jardim Beira-Mar, Guarani), todos localizados na região norte da cidade, ficaram completamente alagados. As aulas na rede municipal, estadual e particular de ensino foram suspensas na terça-feira.
A falta de escoamento ao longo da Avenida Paraguassú, nos bairros atingidos pelos alagamentos, fez com que moradores usassem picaretas e pás para abrir o asfalto, fazendo com que a água escoasse para o lado em direção ao mar. Em alguns pontos, a Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Obras e Saneamento, auxiliou nos trabalhos.
Várias casas foram invadidas pelas águas, deixando na tarde de terça-feira um saldo de 32 famílias desabrigadas e que foram alojadas junto à Secretaria de Assistência e Bem-Estar Social, na rua General Osório, segundo informou a secretária Cerli Ribeiro Novaski.
Nesta quarta-feira (21), cerca de 99% destas famílias já haviam retornado para suas residências, visto que com a volta do sol e do tempo seco, as águas baixaram e havia a preocupação das pessoas com o que havia ficado no interior das casas, disse a secretária.
Conforme Cerli Novaski, “a partir de agora, está sendo dado atendimento, diretamente, nas casas das famílias que retornaram, fazendo o repasse de alimentos, roupas, colchões e todos os itens necessários para minimizar a situação destas pessoas. Agradecemos a toda a comunidade que nos auxiliou, em especial à Companhia Estadual de Energia Elétrica – CEEE -, que nos doou colchões e roupas e à Igreja Adventista do Sétimo Dia, que, da mesma forma, foi muito prestativa nesse sentido”.
O prefeito Jairo Marques relatou que nunca havia presenciado uma situação dessas e lembrou que ao decretar a situação de emergência, o município consegue agilizar a compra de alimentos, roupas e todo o material necessário para contornar os problemas verificados, além da obtenção de recursos para a reconstrução dos pontos afetados.
Segundo o prefeito, “o sistema viário também sofreu com a enxurrada e vamos ter muito trabalho para recuperar o calçamento e o asfaltamento de ruas e avenidas. Felizmente, na Avenida Paraguassú, no trecho em que colocamos o asfalto quente, recentemente, não foram registrados danos”.
Jairo Marques ressalta que a Prefeitura encaminhou à Fundação Estadual de Proteção Ambiental – FEPAM – no ano de 2005, um projeto para a implantação de um sistema de drenagem, ligado o lado serra com o lado mar, nessas áreas mais atingidas pelos alagamentos, porém, só em dezembro último foi dada a ordem de liberação para a abertura de dois valões em direção à praia.
“Em virtude da liberação da FEPAM coincidir com o período de veraneio, ficamos impossibilitados de iniciarmos as obras, já que isto causaria um grande transtorno para os usuários da Avenida Paraguassú, devido ao grande fluxo de veículos nessa época. Vamos iniciar, com a maior brevidade possível, estas obras, para que em caso de novas ocorrências de precipitações de grande volume, esses alagamentos não voltem a acontecer”, finalizou o prefeito.