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Catalunha opta por consulta popular sobre independência

O presidente da Catalunha, Artur Mas, anunciou hoje (14) que não realizará referendo, mas uma consulta popular no dia 9 de novembro para conhecer a opinião da população da região sobre a independência em relação à Espanha. Ele admitiu a possibilidade de convocação de eleições plebiscitárias, mas informou que ainda não há consenso entre os partidos separatistas.

O Executivo catalão mudou a estratégia, depois de tentar, sem sucesso, reverter a suspensão temporária do referendo, conforme determinação do Tribunal Constitucional. No dia 29 de setembro, o Tribunal acatou dois recursos do governo espanhol contra a consulta, mas ainda não emitiu decisão final sobre o caso. Autoridades catalãs admitem, entretanto, que uma sentença pode demorar anos.

Artur Mas disse que a consulta popular é o primeiro passo para um referendo oficial, que será realizado por meio de eleições plebiscitárias. “Uma consulta definitiva, com garantias totais, só será possível com eleições acordadas entre todos os partidos políticos”, enfatizou. Caso as eleições sejam convocadas, uma chapa composta pelas legendas separatistas será formada, tendo como principal ponto do programa de governo a proclamação da independência. A alternativa gera controvérsia entre os juristas.

A consulta popular, que não tem efeito legal, contará com urnas distribuídas em todos os municípios catalães, com milhares de mesas de votação. “O objetivo é o mesmo. Queremos saber a opinião do povo sobre o futuro da Catalunha. É uma consulta, mas garantida por outros meios”, explicou Artur Mas.

A decisão do Executivo catalão gerou reações negativas entre cidadãos espanhóis. “Acho uma traição. A sociedade se mobilizou e não alcançou nenhuma resposta, apenas uma vergonhosa encenação para os catalães e para o resto do mundo”, alertou Josep Martinez, que mora em Barcelona.

A Catalunha é uma região autônoma a Noroeste da Espanha, com língua e cultura próprias. O movimento pela independência da região ganhou força na última década, influenciado pelos reflexos da crise econômica na Espanha e pela negativa do governo espanhol em atender constantes demandas catalãs por mais autonomia.

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