Estudo diz que maconha aumenta risco de problemas psicóticos
O consumo de maconha na juventude aumenta em 41% o desenvolvimento de risco de transtornos psicóticos nos anos posteriores, adverte um estudo de cientistas do Reino Unido. A pesquisa, divulgada na última edição da revista médica britânica The Lancet, quer chamar atenção internacional para uma droga considerada leve. Cerca de 20% dos jovens do mundo admitem consumir maconha pelo menos uma vez por semana.
A maconha é a substância ilegal mais consumida na maioria dos países, incluindo o Reino Unido, onde recentemente diversos membros do Executivo confessaram ter experimentado a droga. Os especialistas, das universidades britânicas de Cardiff, em Gales, e Bristol, na Inglaterra, compararam os resultados obtidos por 35 estudos realizados até 2006.
Eles descobriram que aqueles que consumiram cannabis pelo menos uma vez tinham 41% mais possibilidades de desenvolver algum tipo de psicose do que os que nunca o haviam feito. A probabilidade de desenvolver alguma espécie de transtorno mental psicótico é duas vezes maior no caso daqueles que consumiram maconha com maior assiduidade, em relação aos que não nunca haviam experimentado a droga.
– Descobrimos uma associação consistente entre o consumo da cannabis e os sintomas psicóticos, incluindo as desordens psicóticas que levam ao aparecimento de deficiências. As autoridades públicas devem advertir as pessoas sobre essa droga tão popular. Acreditamos que agora temos provas suficientes para dizer às pessoas que o uso da cannabis aumenta o risco de desenvolver doenças psicóticas – afirmam os cientistas.
Os cientistas analisaram, ainda, a relação entre a maconha e algumas manifestações de transtornos mentais, como a depressão, o impulso ao suicídio e a ansiedade, mas não encontraram uma relação tão óbvia como a da droga com as doenças psicóticas.
Segundo os pesquisadores, os estudos mais recentes advertem que a proporção de adolescentes e jovens adultos que já consumiram cannabis chega a 40%.