A Educação Pede Educação. Professor (a) de Educação Infantil é Profissão não é uma extensão Familiar.
O aluno necessita de alguém que o oriente com firmeza que passe os valores de vida, e nós professoras somos as mediadoras desse processo de criação.
A lei 9394 de 20 de dezembro de 1996 estabelece as diretrizes e bases da educação nacional e no título V, capítulo II e seção II, trata especificamente da educação Infantil em três artigos, (mas falarei apenas do artigo 29).
Art. 29º. A educação infantil,primeira etapa da educação básica,tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade,em seus aspectos físico,psicológico,intelectual e social,complementando a ação da família e da comunidade.
Foi após a constituição de 1998 que a educação passou a ser direito das crianças com menos de sete anos. Até então a criança brasileira não tinha direito a educação.A constituição de 1998 reconheceu a educação infantil como direito da criança e dever do estado,deixando de ser vinculada a assistência social.A exigência do registro no município por parte do estabelecimento ensino infantil veio em 1996,com a lei de diretrizes e bases da educação (LDB).Ela definiu o município como responsável pelo ensino infantil e exigiu formação mínima de nível médio para os professores.Porém em 2007 esse professor (a) deve possuir licenciatura de nível superior.
Mas o que quero esclarecer realmente é o fato da forma de tratamento com os professores (as) na educação infantil, a lei é clara e para todos, para trabalhar na educação infantil a formação exigida é de nível superior. Paulo Freire já havia esclarecido: Professora sim, tia não : cartas a quem ousa ensinar.
Paulo Freire (1997), afirma que: ”a tarefa de ensinar” não deve transformar a professora em tia de seus alunos da mesma forma como uma tia qualquer não se converte em professora de seus sobrinhos só por ser tia deles. Ensinar é profissão que envolve certa tarefa,certa militância,certa especificidade no seu cumprimento enquanto ser tia é viver uma relação de parentesco.
Tia é uma pessoa da família, e diminui o grau de seriedade da profissão, os professores (as) não possuem nenhum grau de parentesco com seus alunos, o foco principal é o ensino-aprendizagem, è ilusão imaginar que chamar uma professora de tia irá aproximar um do outro. A aproximação do aluno com a professora acontece na sala de aula,com diálogo,respeito,na verdade chamar de “tia” tem haver com essa psicologia barata de ratos de laboratórios que nada entendem de educação,e acabam se intrometendo na vida da escola. Não estou afirmando em relação aos psicólogos que atendem em seus consultórios ou dos psicopedagogos. Estou me referindo aos teóricos que provavelmente jamais pisaram em uma sala de aula.Muitas vezes vivenciamos na pratica o que não aprendemos na teoria.
Paulo Freire (1997), identificar professora como “tia” foi e vem sendo ainda enfatizado, sobre tudo na rede privada em todo o país, quase como proclamar que professoras, como boas tias, não devem brigar, não devem rebelar-se, não devem fazer greve. Para completar, muitos pais possuem a mentalidade de que a escola é responsável pela formação de seus filhos. É o velho ditado; Sou eu quem pago seu salário.O Aluno não é cliente,ele é essência da escola,é humano e tem cidadania.Afirma uma professora respondendo a uma entrevista para um pesquisa.
Professora sim, tia não, é uma falha de a escola permitir esse tratamento. Nós profissionais da educação temos que nos posicionarmos com mais firmeza procurando nos valorizarmos para os governantes, na sociedade, diante dos nossos alunos e de nós mesmos,desde que sejamos professores (as) de verdade,com compromisso e envolvimento.
Educação o aluno deve receber em casa, o papel da escola é somar nessa educação e não assumir sozinho esse papel, o qual deve ser em conjunto, pais e professores.