À espera de maio

O quê falar de uma eterna jovem sexagenária, incondicional e diuturnamente atualizada, versátil e inovadora que, com o passar do tempo, mais levas de adoradores circulam, ávidos em conhecer as suas novidades expostas nas duas centenas de bancas espalhadas pela Praça da Alfândega e pelo Cais de Porto Alegre? Contar histórias e lendas do maior evento literário a céu aberto da América Latina – a Feira do Livro de Porto Alegre – é incursionar numa antológica aventura de dezenas de milhares de páginas.

O que aqueles bancos da Praça e os floridos jacarandás testemunharam neste mais de meio século está a exigir o justo documento histórico. Escritores estrangeiros como Mario Vargas Llosa, Jostein Gaarder, Laura Esquivel, Eduardo Galeano, Ernesto Sábato, José Saramago e tantos mais, como os brasileiros Jorge Amado, Carlos Drummond de Andrade, Fernando Sabino, Rubem Braga, João Ubaldo Ribeiro, Moacyr Scliar, Josué Guimarães, Érico e Luiz Fernando Verissimo, Millor Fernandes, Ziraldo, Luiz Antonio de Assis Brasil, Alcir Cheuiche, compõem a galeria dos autografados.

Não pense o leitor que eventos outros – distintos do universo literário – não integram o calendário cultural da Capital do Estado: Porto Alegre Em Cena, Festival de Teatro de Rua, Shows musicais nos Auditórios Araújo Vianna e Parque Marinha do Brasil, Feiras de Artesanato, de Gastronomia e tantas outros que podem ser conferidos no site www.curtindopoa.com.br.

Passo Fundo, Gramado, Canela, Santa Cruz do Sul, Pelotas, Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Garibaldi, Feliz, Igrejinha, Novo Hamburgo, Tramandaí, Osório, Santo Antônio da Patrulha são alguns dos municípios gaúchos que têm inúmeros eventos já consolidados e em datas distintas uns dos outros nos seus respectivos calendários.

De 10 a 19 de maio, a Festa Literária de Porto Alegre (FestiPoa Literária) estará realizando sua 6ª edição. A programação naqueles dez dias será intensa com debates e shows e a participação de autores como Cristovão Tezza – o homenageado do evento –, Ernani Ssó (que dissertará sobre a tradução do clássico Don Quixote, do espanhol Miguel de Carvantes Saavedra), Charles Kiefer, João Gilberto Noll, Daniel Galera, Marcelo Yuka, Luiz Ruffato, Ricardo Silvestrin e o quadrinista argentino Liniers.

O ano civil possui trezentos e sessenta e cinco longos dias. Cada evento – cultural, literário, gastronômico, folclórico, musical, festivais de dança, de teatro, de teatro de bonecos, de cinema, enfim – com suas datas devidamente consagradas e oficializadas, não se imiscui desrespeitosamente no tempo e no espaço do outro. Os promotores estão distantes do egoísmo, da megalomania e da pequenez da fogueira das vaidades.

É por isso que – com cada macaco no seu galho –, todos têm continuidade e sucesso!

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