A realidade bate, à minha porta

Preparando-me para o almoço, de domingo,  ouvi palmas na frente de casa. Fui atender e  deparei-me com uma mulher negra, com um filho nos braços que, ao me ver, perguntou: Moço tem alguma coisa  para que eu possa dar de comer ao meu filho?

Na oportunidade em que procurava um pão para ofertar-lhe, foi impossível não me encontrar, cara a cara, com a realidade dos brasileiros que “vivem” nas periferias de todas as nossas cidades.

São milhares de pessoas velhas, de meia idade, jovens e crianças que habitam estes locais, utilizando-se de casas de papelão, lata ou restos de material, sem saneamento, sem saúde, sem escola, sem trabalho, sem dinheiro e sem comida.

De alguma forma, esta legião de pessoas, precisa prover os meios de subsistência para continuar vivendo. Como não tem trabalho que lhe garanta acesso aos meios normais de consumo não lhes resta outra alternativa que não seja apelar para a caridade alheia.

E mais impressionante é que nosso governo coloca em todas as mídias a informação sensacionalista que tirou, no ano passado, 16 milhões de brasileiros da miséria e que outros tantos foram inseridos na classe média.

Mas se isto  é verdade, como podem existir pessoas pedindo comida? Como podem dizer que não tem emprego? Como podem dizer que seus filhos não vão a aula porque não tem escola?

Como podem dizer que não tem acesso a saúde e a segurança? Se, a realidade, bateu na minha porta e eu a vi, com certeza bate à porta dos políticos que por mentirosos e para defenderem seus interesses, se fazem de cegos e de surdos e insistem em não vê-la e não ouvi-la.

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