Amazônia perdeu 247 km² de floresta em dois meses
Os números, divulgados hoje (4), são calculados pelo Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espacias (Inpe).
“Os dados são de queda significativa. Houve redução de 68% em um mês e 80% em outro”, avaliou o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.
Em outubro de 2008, o Inpe havia registrado 540 km² de desmate, em 2009 contabilizou 175 km². Já em novembro de 2008, a área desmatada foi de 356 km² contra 72 km² em 2009.
A medição do Deter considera as áreas que sofreram corte raso (desmate completo) e as que estão em degradação progressiva.
Segundo Minc, a cobertura de nuvens na região em 2009 foi menor que em 2008, o que permitiu que os satélites observassem áreas maiores de floresta.
“Ninguém pode dizer que não vimos o desmatamento porque estava tudo coberto de nuvens. Não é o caso, porque a nuvem abriu e mesmo assim verificamos que o desmatamento caiu.”
O Pará lidera o ranking do desmatamento acumulado nos dois meses, com 108 km² a menos de floresta em outubro e novembro. Mato Grosso aparece em seguida, com 50 km² desmatados. No Amazonas, o Inpe registrou 33 km² de derrubada somente em outubro. Na avaliação do ministro, o estado foi o “destaque negativo”, já que tradicionalmente não aparece nas primeiras posições entre os desmatadores.
O governo atribui a queda no desmatamento às operações de fiscalização e controle, realizadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Força Nacional de Segurança e às atividades da Operação Arco Verde, que oferece alternativas econômicas ao desmatamento ilegal.
“Esses são os primeiros números pós Arco Verde, que cobriu os 43 municípios mais desmatadores”, disse Minc.
Nos quatro primeiros meses do calendário oficial do desmatamento – de agosto a novembro – a redução entre 2008 e 2009 foi de quase 50%, com queda de 2.238 km² para 1.144 km² no acumulado medido pelo Deter.
Nesse ritmo, Minc acredita que será possível cumprir a meta de redução do desmatamento prevista na Política Nacional de Mudanças Climáticas muito antes do prazo.
“A meta é reduzir o desmatamento em 80% e chegar a 3,5 mil km² em 2020. Podemos alcançar essa meta ainda este ano, com nove ou dez anos de antecedência”, aposta.
“Podemos chegar em 2020 com redução de 95% do desmatamento em relação à década anterior”, completou.