Após quase oito horas, homem libera refém em hotel de Brasília
Chorando, a vítima do sequestro, o chefe dos mensageiros do hotel, José Ailton dos Santos, 49 anos, foi levado para um hospital próximo, onde será submetido a exames. O hotel continuará interditado até que homens do Esquadrão Antibombas concluam uma varredura em todo o prédio.
Segundo o delegado da Polícia Civil Paulo Henrique Almeida, a arma que o sequestrador usava era de brinquedo. O Esquadrão Antibombas informou que o material amarrado ao corpo da vítima não era explosivo, tratava-se de canos de PVC cheios de serragem e areia.
A motivação do sequestrador ainda é desconhecida. Conforme a Agência Brasil noticiou mais cedo, Santos disse a pelo menos uma pessoa próxima que viajaria para a capital federal, onde ficaria famoso. Além disso, deixou ao menos duas cartas de despedida que sugeriam que ele planejava fazer algo como o que fez hoje. Uma das cartas era destinada à mãe do próprio sequestrador.
“É uma carta de despedida, meio desesperada, e na qual ele pede desculpas para todos os familiares por algum ato que venha a cometer”, disse o delegado, citando também a existência de um vídeo, supostamente gravado no último dia 19, em que Santos pede desculpas à família, à imprensa e também à futura vítima.
Ex-secretário municipal de Agricultura e candidato a vereador derrotado em 2008, o agricultor trabalha no comitê de campanha de um dos candidatos ao governo do estado, em Combinado. Segundo o coordenador do comitê, Maurílio Martins de Araújo, ele é uma pessoa tranquila que, apesar de estar envolvido com a política local, jamais se comportou de forma a gerar qualquer suspeita de que estivesse pensando em fazer algo do tipo. Aparentemente confuso, Santos dizia que explodiria o hotel caso suas exigências não fossem atendidas, entre elas a extradição do ativista italiano Cesare Battisti e a efetiva aplicação da Lei da Ficha Limpa.
Por volta das 8h30 de hoje (29), Santos se hospedou no Hotel Saint Peter. Ainda pela manhã, o agricultor subiu ao 13º andar do hotel, bateu na porta dos apartamentos mandando que as pessoas deixassem o prédio, alegando que se tratava de uma ação terrorista. A essa altura, tinha feito um funcionário refém.