Arrozeiros realizam festa do Marreco com Arroz em Torres
O final da colheita de arroz no Litoral Norte representa o início de um novo ciclo. Pequenos arrozeiros adquirem marrecos em Santa Catarina e distribuem por suas propriedades para combater infestações de arroz vermelho. Em quantidade que chega a 50 mil em determinadas safras, as aves acabaram virando uma alternativa de renda aos produtores da região. Além disso, os produtores se organizaram e vão realizar no domingo (25), a 3ª edição da Festa Regional do Marreco e do Arroz (Ferema).
O evento, que acontecerá na localidade de Pirataba, em Torres, terá shows, comidas típicas e os jogos marrecolímpicos. Com apoio do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), prefeitura de Torres e Coopeverde, a festa terá a participação da Cozinha Experimental do Irga. Entre as ações para aumentar o consumo, o instituto realizou um curso de culinária no município para um grupo de mulheres agricultoras. O resultado poderá ser conferido no domingo, quando o grupo fará macarrão misto de farinha de arroz, complementando o arroz com marreco durante o almoço.
Coordenador do projeto em Torres, o técnico do Irga Vicente Oliveira explica que a utilização dos marrecos reduz o uso de herbicidas. “As vantagens são inúmeras, como aumento da fertilidade do solo e da produtividade do arroz, produção de proteína de alta qualidade e a diminuição dos custos da lavoura”, afirma o técnico. No município houve redução de 60% no uso de óleo diesel das máquinas para preparo do solo.
Oliveira destaca que no mês de abril, quando é feita a colheita, alguns grãos caem no solo, como sementes de arroz vermelho. Assim, elas acabam germinando e infestando a lavoura para a próxima safra. Com o uso dos marrecos, ocorre um equilíbrio ecológico. As aves consomem todas as “pragas” que restaram na lavoura, facilitando o plantio e tornando a área mais rentável. Esta tecnologia é utilizada há mais de quatro mil anos em plantações de arroz da China, para o controle de invasoras e redução do tempo nos trabalhos de preparo do solo.
Comércio de marrecos
Cada marreco é comprado por cerca de R$ 3. Em média, o animal tem 3,5 quilos e o comércio da ave gera R$ 4 por quilo. A estimativa é de que 25 mil marrecos foram utilizados na safra 2006/07 em lavouras dos municípios de Morrinhos do Sul, Mampituba e Torres.
Para agilizar a comercialização dos marrecos, um projeto foi encaminhado ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) para construir uma sala de abate. Foram aprovados R$ 203 mil que serão investidos, também, em um veículo frigorífico. A verba será liberada em duas vezes, neste ano e em 2008.