Bancários recusam proposta da Fenabam e greve começa amanhã
Entre as reivindicações dos bancários, estão reajuste salarial de 12,5%; piso salarial de R$ 2.979,25; 14º salário; participação nos lucros e resultados de três salários mais parcela adicional de R$ 6.247; vales alimentação e refeição, cesta alimentação, 13ª cesta e auxílio-creche/babá de R$ 724 ao mês. Outas demadas são: gratificação de caixa, no valor de R$ 1.042,74; gratificação de função equivalente a 70% do salário do cargo efetivo; e vale-cultura de R$ 112,50 para todos trabalhadores.
Há ainda reivindicações contra as “metas abusivas” apresentadas por chefias e de combate ao assédio moral, bem como isonomia de direitos para afastados por motivo de saúde. Os funcionários dos bancos querem ainda a manutenção dos planos de saúde na aposentadoria, o fim das demissões e da rotatividade, mais contratações, proibição de dispensas imotivadas, aumento da inclusão bancária e combate às terceirizações.
Na proposta apresentada pela Fenaban no último sábado (27), os bancos oferecem reajuste de 7,35% para salários e demais verbas salariais (ante os 7% propostos anteriormente). O valor, segundo a entidade, representa aumento real de 0,94% e de 8% para os pisos salariais (reajuste 1,55% acima da inflação).
Insatisfeito com a proposta apresentada pelos bancos, o Comando Nacional dos Bancários decidiu manter o calendário aprovado anteriormente, com greve por tempo indeterminado a partir de amanhã. A decisão será tomada em assembleia nesta segunda-feira.
Segundo o presidente da Contraf e coordenador do Comando Nacional dos Bancários, Carlos Cordeiro, a proposta dos bancos precisa melhorar, “não somente na parte econômica, mas também porque não traz nada sobre garantia de emprego, combate às metas abusivas e ao assédio moral, segurança bancária e igualdade de oportunidades”.
A Contraf informou que está organizando, para quinta-feira (2), atos em frente à sede e às representações do Banco Central em todo o país. De acordo com a Contraf, esses atos serão também em protesto contra as propostas de independência do Banco Central e em defesa do fortalecimento do papel dos bancos públicos. Cordeiro explica que a autonomia do BC, na forma como tem sido defendida por candidatos à Presidência da República e por seus assessores, são “bandeiras dos bancos privados e da Fenaban, que se chocam frontalmente com as posições que os bancários têm defendido historicamente em suas conferências nacionais e nos congressos”.
Para ele, o Banco Central já desfruta de autonomia , e sua “independência formal” significa “entregar a condução da política macroeconômica do país ao mercado financeiro, roubando uma atribuição constitucional dos governos democraticamente eleitos pela população”.