Bem-estar social e política
Nos últimos dias a Senhora Presidente do Brasil declara de alto em bom tom que a medida do PIB não é a mais importante para medir a grandeza de um país. Fala isso num momento em que as projeções de crescimento da economia estão diminuindo a cada dia. No início do ano projetava-se que a economia brasileira crescesse acima de 4% durante o ano de 2012, hoje se projeta crescimento menor do que 2%.
Será isso importante? É uma pergunta que deve ser feita. No século XV, antes do descobrimento do Brasil, aqui habitavam indígenas. Segundo a história, nossos antepassados viviam da caça, pesca, frutas e de pequenas roças de milho, mandioca e outros grãos. Eram, por definição, extrativistas.
Como seus produtos não eram cotados em moeda pode-se dizer que o PIB tinha valor nulo, contudo existia e, seguramente, eles não tinham a preocupação de medir o valor de sua produção. A história conta que as nações indígenas brasileira eram alegres. Viviam bem.
O que muda medindo ou não o valor da produção? Em termos de medida, nada, mas a distribuição desse produto sim faz diferença. Onde está aplicado o tão alardeado crescimento econômico brasileiro dos últimos anos? Estará na saúde, na educação, na segurança da população? A resposta, infelizmente, é não. Não melhorou os itens mais importantes para o povo. Onde estará então?
Concordamos com a Senhora Presidente de Brasil. Realmente o resultado monetário não pode ser variável suficiente de medida de bem-estar. Não estamos negando a importância da variável renda, mas enfatizando que esta é meio e não fim. A diferença entre crescimento e desenvolvimento econômico do Brasil fica mais clara quando observamos o Índice de Desenvolvimento Humano, neste o Brasil está em 84º lugar, atrás de Argentina, Uruguai Peru, Bolívia, ou seja o 6º maior PIB do mundo não consegue dividir os frutos de sua riqueza.
Infelizmente o Brasil é notícia na mídia internacional por ter excluído um senador sob a acusação de ter-se locupletado com dinheiro público. Este senador que se apresentava como o paladino da moralidade, na verdade fazia negociatas com contraventores. Fraudava ou deixava fraudar licitações, sobre faturava preços, fazia tráfico de influencia, em suma, roubava a nação. Não, não roubava a Nação, roubava o povo. Roubava aquele cidadão que não tem posto de saúde, não tem hospital, não tem acesso a medicamentos, não tem acesso nem mesmo a uma simples vacina conta a gripe H1N1 que está matando em nosso quintal.
Temos a felicidade de estarmos às portas de uma eleição. No dia 7 de outubro estaremos elegendo nossos dirigentes políticos mais próximos: nosso prefeito e nossos vereadores.
Já perguntamos aos quatro ventos se realmente precisamos de tantos vereadores, de tantos deputados, senadores etc. Não é isso que está em jogo, mas a pergunta continua. No momento, o que está ao nosso alcance é perguntar aos candidatos o que realmente eles estão dispostos a fazer para que a população tenha melhores condições de vida. Quais seus planos para fazer com que a condição humana dos nossos vizinhos e amigos seja melhorada. Como ele se colocará frente ao destino das verbas que o cidadão, através dos impostos, colocará nas mãos dos gestores. Como ele fiscalizará cada ação de governo e, em especial, como cada ele prestará contas aos cidadãos.
Temos nosso voto. Temos a possibilidade de escolher os melhores gestores. É nosso dever escolher o melhor, o mais bem preparado, aquele que nos representará dignamente e, também, aquele que nos prestará contas.
Se o PIB não é melhor forma de medir o bem-estar de um povo, pelo menos tenhamos a melhor qualidade de vida que nossos impostos possam comprar.
Bacharel em Ciências Contábeis. Professor da FACOS em Osório; Faculdade IBGEN e ESCOOP em Porto Alegre. Geronimo.grando@terra.com.br.
Rejane Kieling
[1] Bacharel em Economia. Professora da Faculdade ESCOOP em Porto Alegre. rejanekieling@hotmail.com.