Benito e Yolanda Izolan são os patronos da 25ª Feira do Livro de Osório
A Feira do Livro de Osório comemora 25 anos em 2010. Para valorizar ainda mais este importante evento do município que ocorrerá entre os dias 29 de novembro a 5 de dezembro, no Largo dos Estudantes, centro de Osório, os organizadores estão homenageando este ano os precursores das primeiras feiras na cidade. Em reunião, ocorrida no último dia 22, no plenarinho da Prefeitura de Osório, a comissão organizadora do evento elegeu como patronos da feira, deste ano, o professor e jornalista Benito Izolan e a sua esposa, também professora, Yolanda Izolan.
Além dos patronos, no encontro foram eleitos o xerife e a homenageada: Laboriou Dávila e Sueli Braga, respectivamente. Durante a Feira do Livro de Osório, ainda ocorrerá a 7ª Jornada Literária e o 8º Encontro dos Escritores do Litoral Norte. Novamente, autores conhecidos nacionalmente devem participar do evento, autografando as suas obras.
A comissão organizadora é composta por várias entidades culturais do município como as secretarias municipais da Educação, Cultura, a Associação dos escritores do Litoral Norte, a patrona e o xerife da última feira e ainda representantes do Espaço Cultural Conceição, Conselho Municipal de Cultura e a Associação de Estudos Culturais.
Conhecendo os patronos Benito e Yolanda
Personalidade conhecida por todos na cidade, o professor Benito, como costumam chamá-lo, aos 77 anos, ficou honrado com a escolha do seu nome e da sua esposa. Nascido em Santo Ângelo, em 10 de junho de 1933, filho do caixeiro viajante (hoje, profissão denominada vendedor comercial), Santo Giovani Izolan e Lisbella Barbosa Izolan, dona-de-casa, Benito é o filho mais velho de uma família de sete irmãos (seis homens e uma mulher).
Estudou na Escola Técnica de Agricultura ? ETA, de Viamão e veio para Osório em 1953, para lecionar na Rural, formando-se em 1959, no curso de história e Geografia, pela PUC, onde seguiu estudante até concluir o curso de Jornalismo. “Quando cheguei, a cidade tinha cinco mil habitantes, mas os distritos eram muito fortes, são 11 municípios originários de Osório. A Rural era uma escola muito importante, com professores de diferentes lugares do Estado que realimentou todas as escolas que vieram depois, serviu de base para a rede escolar, com a formação de professores”, lembra Benito.
Além de professor na Rural, Benito, hoje aposentado, acumulava a função de repórter de importantes jornais da Capital como o Correio do Povo, a Folha da Tarde e o Jornal do Dia. “Nessa época, o meu colega, Romildo Bolzan, era o correspondente do Jornal A Hora e do Diário de Notícias”, relembra Benito
As matérias eram “batidas à maquina” e enviadas pelo correio. Nesse período, Osório foi capa duas vezes com o início das obras do prédio novo da Rural, com foto da maquete, no governo Brizola e depois, com a inauguração do prédio, em plena ditadura, com a presença do presidente Castelo Branco. O diretor da escola era o professor Romildo Bolzan.
No centenário do município, em 1957, Benito conta que um caderno especial sobre a cidade foi incluído nos jornais da época e foi realizada a Semana de Osório, com uma programação que envolvia toda a comunidade. “As escolas Rural, General Osório e Ginásio Conceição lideravam um movimento cultural na cidade, promovendo eventos. Naquele tempo, as escolas, os professores tinham uma presença muito grande”, conta Benito que, dentro destes movimentos, surgiu a 1ª Feira do Livro de Osório. Com um pequeno cartaz na mão, guardado há décadas, o professor mostra a programação do Encontro de Cultura e, uma das atrações, era a feira do livro. ?A feira ocorreu entre os dias 24 a 31 de agosto de 1970, no recém inaugurado prédio do CTG Estância da Serra?, revela Benito.
O encontro com a então professora Yolanda Walkiria de Andrade Izolan, nascida em Santa Maria, em 16 de fevereiro de 1930, ocorreu no ambiente da Rural, onde lecionavam em 1954. O casamento ocorreu em 6 de julho de 1957. Formada no curso de História Natural, na Ufgrs, fez pós-graduação na Unisinos em Ecologia e concluiu vários cursos de extensão na PUC, Ufrgs e Fundação Getúlio Vargas. Foi professora na Rural, no antigo Colégio Conceição, no curso de Secretariado da Cnec e participou ativamente de várias entidades sociais, educacionais e culturais do município como Lions, Grêmios Estudantis, Grupo de Teatro da Rural e ainda presidenta da Sociedade Osoriense de Assistência à Maternidade e Infância.
Há dez anos, o casal enfrenta unido a doença de Parkinson de dona Yolanda, cuidada com muito carinho pelo professor Benito desde então. Devido à doença dela, ele chegou a duvidar que pudesse aceitar o convite de patrono da feira. “Terei essa dificuldade, em alguns momentos não poderei estar no evento devido aos cuidados com a Yolanda”, revela o atencioso patrono. “A feira é um encontro e reencontro de forças vivas da cidade. Troca-se opiniões sobre livros, lançamentos, é a valorização da leitura. Os meus alunos que liam mais, são hoje, os mais bem sucedidos, mas os jovens de hoje devem ler mais e também jornais e revistas”, aconselha o professor e sempre jornalista Benito Izolan, o patrono da feira.