Bolsa de Valores e Você
Diante do dia primeiro de abril, poderíamos aproveitar o receio dos investidores e fazer uma “pegadinha” sobre a prosperidade do cenário econômico mundial, sobre como os mercados acionários estavam se valorizando, como o Ibovespa ultrapassou a barreira dos 70 mil pontos e como a economia mundial está diante de um cenário muito positivo de recuperação. Mas vale notar que o primeiro de abril é mais conhecido como dia dos bobos, no entanto é, na verdade, o dia dos mentirosos e, de mentira, as informações acima não têm nada.
Durante o ano de 2009, as autoridades monetárias mundiais trabalharam intensamente para impulsionar da economia, já que a atividade não conseguiria retomar o ritmo sem incentivos do governo. Diante disso, diversas políticas fiscais e monetárias expansionistas foram implementadas visando impulsionar a retomada do crescimento. Foi um longo caminho até aqui, e as bolsas de valores vêm refletindo todo esse percurso econômico.
Hoje, o cenário mundial é outro e 2010 já se mostra bastante positivo – não é para menos que a Bovespa já se encontra quase nos patamares pré-crise e as bolsas americanas acumulam valorizações expressivas. A maioria dos países já saiu da crise e a retomada da economia está mostrando cada vez um ritmo mais forte, principalmente dos países emergentes como Índia, China e o Brasil, que já aumentaram as suas taxas de juros, ou estão próximos disso, um sinal de expansão da atividade.
Nos Estados Unidos o quadro também é de prosperidade econômica, com dados da indústria surpreendendo positivamente os mercados. Os índices acionários da região antecipam os ganhos, diante do aumento da confiança dos americanos de que a economia deve apresentar melhoras mais significativas, refletindo o aumento dos investimentos do governo para reduzir o desemprego e, consequentemente, aumentar a renda da população, consumo e etc, o que impulsiona um ciclo positivo de crescimento.
Aparentemente os países vêm apresentando diversas notícias positivas e quando o mercado opta pelas realizações nas bolsas de valores, as razões são sempre as mesmas – A crise da dívida da Grécia, o rebaixamento do rating de Portugal e a fragilidade da economia da Espanha.
Não que esses fatores não sejam relevantes, mas, certamente, depois da crise que vivenciamos, acreditamos que tiraremos de letra essas turbulências no caminho da recuperação.
Na última semana, as notícias negativas ficaram fora do radar e os bons ventos vindos dos Estados Unidos impulsionaram o índice acionário brasileiro, ajudando o nosso mercado a romper, de fato, os 70 mil pontos.
Quem acredita na retomada das bolsas globais e na força da economia brasileira não tem nada de bobo, e nós, que contamos essa história, também não temos nada de mentirosos.