Brasil dará apoio para que Rodada Doha avance
A Rodada Doha é uma iniciativa de países interessados em tornar mais ágil o comércio mundial. As negociações, que estavam paralisadas desde 2008, foram destravadas em dezembro de 2013, em Bali, na Indonésia, graças ao esforço do diplomata brasileiro Roberto Azevêdo, à frente da OMC.
Azevêdo esteve com a presidenta para falar sobre esse e outros temas ligados ao comércio mundial. Ele disse que Dilma deu apoio “irrestrito” aos esforços da OMC para criar condições de implantar a Rodada Doha.
Ele disse também que Dilma acredita que o êxito da conferência de Bali deveria inspirar negociações multilaterais para alcançar acordos comerciais mais abrangentes e significativos entre os principais blocos comerciais do mundo.
Para Azevêdo, que assumiu a OMC em 2013, o que a presidenta Dilma indicou foi a necessidade de que os países possam encontrar maneiras de avançar com a Rodada Doha de maneira mais abrangente do que o que vinha sendo feito. “No meu entendimento, nós deveremos procurar agora uma agenda negociadora e mais abrangente para que os países coloquem sobre a mesa todos esses temas que são do interesse de todos e do Brasil também”, disse.
Sem dar muitos detalhes da conversa que teve com a presidenta, o embaixador disse também que o encontro serviu para falar mais sobre o cenário mundial e outros acordos em andamento. “Mas falamos da disposição política de fazer avançar a Rodada Doha. Notei não só aqui, no Brasil, mas em todos os países onde passei, esse é um grande ponto de interrogação”.
Outro assunto tratado foram as negociações em andamento entre o Mercosul e a União Europeia. “Ela disse, no contexto, que estava muito satisfeita com o fato do bloco estar agora na fase de fazer uma oferta para a União Europeia e esperar que a União Europeia faça o mesmo. Em um futuro não muito distante isso deve acontecer”, concluiu.
Sem conseguirem consenso há 14 anos, na busca de acordo entre os dois blocos, Mercosul e União Europeia agora podem, finalmente, trocar propostas para um acordo de livre comércio. Há uma expecativa do governo de que o processo possa ser concluído até junho deste ano.