Na Europa, a situação não é positiva, disse o conselheiro econômico do FMIDivulgação/FMI
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Brasil e Rússia contribuem para crescimento menor da economia mundial, diz FMI

Na Europa, a situação não é positiva, disse o conselheiro econômico do FMIDivulgação/FMI
Na Europa, a situação não é positiva, disse o conselheiro econômico do FMIDivulgação/FMI

A economia mundial vai crescer este ano 3,2% e, em 2017, a taxa de crescimento da economia global será de 3,5%, disse hoje (12) o Fundo Monetário Internacional. A previsão constitui uma revisão para baixo, equivalente a 0,2% em 2016 e 0,1% em 2017, em comparação às estimativas iniciais, segundo o relatório Panorama Economia Mundial do Fundo. O baixo crescimento do Brasil e da Rússia foi o motivo apontado pelo relatório para a expansão menor que a esperada da economia mundial.

A possibilidade de as economias do Brasil e da Rússia permanecerem em rumo “incerto”, constitui risco para a economia mundial. Tal hipótese, segundo o relatório, “pode empurrar o crescimento global para baixo, em relação à previsão atual”.

O documento mostra ainda outros perigos que podem emperrar a economia global: risco de fragilidades financeiras, de choques geopolíticos ou de discórdias políticas que possam contaminar a situação econômica geral dos países.

De acordo com o FMI, os riscos podem ser evitados com decisões corretas dos responsáveis pelas políticas econômica e financeira dos países nas áreas fiscal e monetária.

“Menor crescimento significa menos espaço para erros”, disse Maurice Obstfeld, conselheiro econômico do FMI , ao comentar as pesquisas constantes do relatório. “[No entanto], crescimento lento persistente provoca a redução do produto potencial e prejudica a expansão da demanda e dos investimentos”, alertou.

O atual panorama mundial, com perspectiva de redução do ritmo do crescimento, exige “uma resposta imediata”, disse Obstfeld. Segundo ele, “se os políticos reconhecessem claramente os riscos que enfrentam, e se agissem em conjunto, os efeitos positivos sobre a confiança global poderiam ser substanciais”.

O crescimento nas economias avançadas deverá manter-se em 2%. De acordo com Obstfeldk, a recuperação mundial é dificultada pela fraca demanda dos países, que reflete os legados de crise não resolvidas no passado.

De acordo com o relatório, os Estados Unidos vão crescer este ano 2,4%, com perspectiva de modesto aumento em 2017. A demanda interna norte-americana será apoiada por melhoria prevista nas finanças públicas e no mercado imobiliário. Tais fatores ajudam a compensar o prejuízo decorrente das exportações líquidas provenientes de um dólar forte e produção fraca.

Na Europa, a situação não é positiva: baixo investimento, alto desemprego e balanços de empresas fracos pesam sobre o crescimento, que permanecerá em 1,5% este ano e 1,6% no próximo ano. No Japão, o crescimento e a inflação são mais baixos do que o esperado, refletindo em particular uma queda acentuada do consumo privado. O crescimento deverá manter-se em 0,5 % positivo, em 2016, e 0,1 por cento negativo em 2017, em razão do aumento previsto da taxa de imposto sobre o consumo.

Emergentes

As nações emergentes e em desenvolvimento terão crescimento modesto em comparação com os índices das últimas duas décadas: 4,1% este ano e 4,6% em 2017. Segundo o documento do FMI, os fatores para essa modesta performance são a desaceleração do crescimento nos países exportadores de petróleo, com o declínio dos preços do petróleo, e as perspectivas ainda fracas para os exportadores de commodities não-petrolíferas, inclusive na América Latina.

Também influi para o crescimento modesto das nações emergentes a desaceleração da China, as recessões profundas no Brasil e na Rússia, e o crescimento fraco em alguns países da América Latina e do Oriente Médio.

Do lado positivo, a Índia continua a ser um ponto brilhante, com um crescimento forte e aumento da renda real. As economias da Indonésia, da Malásia, das Filipinas, da Tailândia e do Vietnã também estão mostrando bons sinais de crescimento. México, América Central e Caribe são beneficiários da recuperação dos Estados Unidos, segundo o relatório do FMI.

Agência Brasil

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