Calcular através do tempo – Jayme José de Oliveira

Jayme José de Oliveira

PONTO E CONTRAPONTO- por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

CALCULAR ATRAVÉS DO TEMPO

Muitos educadores condenam a decoreba (memorização) da tabuada, mas é indubitável sua importância na vida real para que façamos os cálculos que facilitam – ou permitem – a vida diária sem passar vexames. Conheço pessoas que dependem de calculadoras para tudo e sua vida é um constante digitar. Para que serve o cérebro? Apenas para fofocar na internet e se embrenhar nas fake-news?

Não sejamos os chatos de galocha que destilam sapiência, realizam cálculos que requerem conhecimentos profundos. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra, porém, ser incapaz de calcular o troco mais elementar é um despropósito.

Se antes da pandemia de Covid apenas 2% dos jovens conheciam os rudimentos da matemática, atualmente, após dois anos de aulas virtuais, nada de presenciais, até parece que desaprenderam o que não sabiam.

Minha esposa era professora e relatou um caso paradigmático ocorrido na década de 1960. Gêmeas, cursando a então 4ª série primária: uma acompanhava pari passuas aulas, a outra… nem pensar. Numa reunião de pais e mestres assim se manifestou o pai (caixa do Banrisul) justificando a filha: – Já comprei uma calculadora, o problema está resolvido.

Retroagindo no tempo, o ábaco foi a primeira calculadora da história. Criada pelos chineses no século 6 a.C. este instrumento dispunha de dez fios horizontais paralelos com dez arruelas deslizantes. Permitia realizar contas de adição e subtração. Revolucionou a matemática e acabou sendo o principal mecanismo de cálculo durante os 24 séculos seguintes.

Os instrumentos de cálculos foram evoluindo e, em 1642, o matemático francês Blaise Pascal inventou uma máquina automática para agilizar os cálculos. Também se limitava às operações de adição e subtração.

Em 1671, o filósofo e matemático alemão Gottfried Wilhelm Von Leibniz desenvolveu um mecanismo capaz de realizar inclusive multiplicação e divisão.

Em 1947, o austríaco Curt Hersztark desenvolveu a primeira calculadora mecânica, reduzida ao tamanho de um copo. Apenas em 1973 surgiram as calculadoras eletrônicas.
As calculadoras científicas atuais vão além das operações básicas, são capazes de executar funções trigonométricas normais e inversas, armazenar dados e instruções em registros de memória.

Com o surgimento dos computadores a capacidade de cálculos e operações complexas teve um ritmo alucinante de aperfeiçoamentos. NEC SX-9, o computador mais rápido do mundo foi criado para fazer simulações do ambiente e de materiais da nanotecnologia, possui a incrível possibilidade de efetuar 839 trilhões de cálculos por segundo.

Com a existência de computadores como o NEC SX-9 e os futuros que sequer podemos imaginar, rumamos para a Inteligência Artificial (IA), nadaporém sequer se aproxima da máquina mais poderosa que existe desde tempos imemoriais, O CÉREBRO HUMANO. Pode gerenciar cerca de 10 quatrilhões de instruções por segundo, indispensáveis para manter a vida em funcionamento. Esta performance espantosa poderá ser ultrapassada pela IA em velocidade no futuro. O que mais surgirá?

Em termos simples, a IA se refere a sistemas ou máquinas que IMITAM a inteligência humana para realizar tarefas e se aprimoram com base nas informações que coleta e armazena continuamente.

Embora a IA traga à imaginação robôs parecidos com os humanos, não poderão substituí-los. Robôs dependem de programações e para tanto necessitam de quem as faça. Num exemplo simples, comparemos a capacidade de deslocamento possível para uma pessoa e a de um veículo (carro, avião, foguete, o que possamos imaginar), não há termo de comparação… o artefato tão eficiente tem de ser CRIADO por humanos. O cérebro continua sendo algo ímpar, não se conhece nada que possa competir com ele, pelo menos no universo ao qual pertencemos.

SOMOS O ÁPICE DA CRIAÇÃO.

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado

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