Capacitação de profissionais visa a prevenção da violência em Torres
Profissionais das áreas da Saúde, Educação e Ação Social participaram na semana passada de uma capacitação que faz parte da implantação do Programa de Prevenção a Violência (PPV) em Torres. O curso foi realizado pela Secretaria Estadual da Saúde e contou com a participação da coordenadora estadual da Estratégia da Família, Jussara Vendrusculo, da psicóloga sistêmica familiar Marilene Cavalheiro Nunes, da consultora do PPV Estadual, Neiva Amaral da Silva, e da secretária da Saúde de Torres, Simone Zucolotto. Jussara salientou que Torres tem um bom trabalho na área da Saúde da Família, apresentando resultados positivos como a redução da mortalidade infantil, entre outros, sendo modelo para todo o Rio Grande do Sul.
O PPV já está formalizado no município e o Comitê está concluindo o diagnóstico das ações existentes e das necessidades para, em breve, formular o Plano de Ação. Entretanto, algumas novas ações estão em andamento, como o projeto Vida Azul, que está sendo desenvolvido no Centro Esportivo Mar Azul pela equipe da Secretaria da Saúde, com coordenação do Centro de Apoio Psicossocial (Caps). São atividades para crianças, adolescentes e adultos, como escolinha de futsal e oficinas de artesanato, música, dança e teatro, visando a prevenção da violência.
Abordando o tema Como conhecer a violência, a psicóloga Marilene destacou que a violência pode ser física, econômica e moral. A física atinge a integridade corporal, como agressões, violações, roubos a mão armada e suicídio. A econômica acontece quando há desrespeito e apropriação contra a vontade do dono ou com agressão de propriedade ou bem. Já a violência moral e simbólica é realizada ofendendo a dignidade e desrespeitando os direitos do outro. Ela ressaltou que fatores sociais trazem estresse e disparam a violência doméstica, como o desemprego, carência econômica, a auto-imagem de humilhação, más condições de habitação, isolamento e o excesso de demandas de saúde e trabalho.
Também comentou sobre os fatores pessoais que implicam em violência familiar, como a experiência de violência na infância, baixa auto-estima, o modelo de violência nas relações afetivas e o exemplo dos adultos, que é copiado pelas crianças. Segundo ela, a violência conjugal implica na aumento de faltas no trabalho e a diminuição do rendimento. Já a violência infantil tem reflexos na educação, com o aumento de faltas na escola, deserção escolar, violência no âmbito escolar e transtornos na conduta e na aprendizagem.