Carvalho diz que transição nos países árabes pode falhar
“Aqui a democracia ainda é incipiente, muito frágil. É preciso que eles combinem esse trabalho de base com a mudança econômica concreta na vida das pessoas, para que ela se consolide como um processo estável e definitivo”, disse.
Um dos principais temas do fórum e um dos focos dos debates de hoje é a Primavera Árabe, a revolução popular que começou na Tunísia e tomou conta de países árabes na luta contra regimes não democráticos. O ministro ressaltou que a participação de movimentos sociais teve papel essencial no caso brasileiro.
“Ao mesmo tempo em que fazíamos a resistência à ditadura, fomos construindo um movimento social muito fincado nas bases, muito fundamentado nos trabalhos realizados nas periferias das grandes cidades. Combinamos a resistência à ditadura com a construção de poderosos movimentos sociais que foram depois essenciais na construção desse novo tipo de democracia”.
Criado no Brasil em 2000, o Fórum Social Mundial está na décima-terceira edição. A tradição da participação brasileira se manteve este ano e é possível ver faixas de sindicatos e movimentos sociais por toda parte. O Brasil montou uma tenda dentro do fórum onde são mostradas iniciativas como a Lei da Ficha Limpa.
Defensor dos direitos indígenas, Plácido Costa veio ao Fórum Social Mundial em busca de experiências de desenvolvimento que respeitem a natureza e as culturas. “O fórum é uma multiplicidade de vozes que está dizendo ao mundo que outro mundo é possível. Você tem experiências no mundo todo que estão sendo realizadas e não têm visibilidade”, disse.
O Fórum Social Mundial ocorre até o dia 30 de março. Mais de 70 mil pessoas são esperadas pela organização em cerca de 1.500 atividades durante todo o evento.