Causas do blecaute precisam ser investigadas, diz especialista
Para Veiga, o blecaute ocorrido na noite de ontem (10) foi surpreendente porque ocorreu em um sistemas de transmissão dos mais robustos do mundo, que é o que parte de Itaipu.
“O caso de Itaipu é especial porque o fato de a hidrelétrica ser muito grande e distante dos centros consumidores a transmissão é feita por vários caminhos que correm juntos. São várias linhas que partem de Itaipu que percorrem o mesmo caminho. Por isso, é uma rede reforçada com capacidade para enfrentar chuvas e ventos muito intensos. Não existiu fenômeno climático nessa região que não fosse capaz de ser suportado”, disse Veiga.
“Algum componente falhou e os responsáveis precisam dizer por que falhou”, afirmou Veiga, que também considerou surpreendente a demora em restabelecer o fornecimento de energia. “Nada é 100% infalível, mas a recomposição deveria demorar no máximo meia hora. O fato de ter levado seis horas para restabelecer o fornecimento é outra coisa que precisa ser investigada”, disse Veiga, que lembrou os apagões ocorridos em 1999 e em 2002.
No entanto, para o diretor o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luís Eduardo Barata, as informações apresentadas ontem, após uma reunião de duas horas do Comitê de Monitoramento do Sistema Elétrico, são conclusivas.
Com o blecaute, a maior hidrelétrica do mundo, Itaipu, paralisou completamente suas atividades. De acordo com Barata, a paralisação ocorreu como forma de proteção de todo sistema. É a primeira vez que isso acontece desde de a hidrelétrica binacional foi inaugurada, em 1984.
O governo explicou que foram desligados 28,8 mil MW (megawatts) de carga no SIN (Sistema Integrado Nacional). Isso equivalente ao dobro da potência instalada de Itaipu. O blecaute também atingiu o Paraguai, que ficou totalmente às escuras com a interrupção de 980 MW de carga.