Chávez chama de “estúpidos” os norte-americanos
“Estão preocupados nos Estados Unidos porque a Venezuela está comprando não sei quantas armas e está se armando para agredir não sei quem. Não sejam estúpidos, ianques”, disse Chávez. “O que resta para lhes dizer é isso. Ou será que acham que nós somos estúpidos”?
O subsecretário norte-americano de Estado para a América Latina, Arturo Valenzuela, sinalizou durante visita à Colômbia que estaria preocupado com as aquisições venezuelanas e com uma suposta corrida armamentista na região.
Segundo Chávez, os Estados Unidos “não têm moral” para questionar o reaparelhamento militar de seu país. “Quem nos acusa de armamentismo? Se somamos o gasto militar de todos os países do mundo ainda ficaria abaixo do gasto militar dos Estados Unidos e eles vêm com que moral dizer que estão preocupados porque a Venezuela está se equipando”?
O venezuelano afirmou ainda que seu governo continuará equipando seu sistema de defesa até deixá-lo em um “nível operacional”.
A reação dos Estados Unidos, seguida da dos governos da Colômbia e Peru, ocorre depois de o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, ter afirmado, na última segunda-feira (5), que a Rússia teria vendido mais de US$ 5 bilhões (cerca de R$ 8,8 bi) em armas para a Venezuela.
Durante o encontro entre Chávez e Putin, na semana passada, no entanto, não foi anunciada nenhuma nova aquisição militar equivalente a este total. Desde o ano passado, o governo venezuelano conta com uma linha de crédito de US$2,2 bilhões no governo russo para compras militares.
A Rússia passou a ser o maior fornecedor de armamentos para a Venezuela quando os Estados Unidos impuseram um bloqueio proibindo a venda de armas ao país, impedindo, inclusive, a venda de 24 aviões Supertucanos da Embraer para as Forças Armadas venezuelanas.
Desde 2004, a Venezuela investiu mais de US$ 4 bilhões na compra de armamentos russos. A aliança, considerada estratégica pelo governo de Caracas, permitiu a compra de 24 aviões de combate Sukhoi-30, 53 helicópteros de transporte e ataque e 100 mil fuzis de assalto.
A defasagem dos equipamentos de defesa e o medo de uma agressão externa são os argumentos do governo da Venezuela, quinto maior exportador mundial de petróleo, para aumentar seus gastos militares.