Cicero 2 – Jayme José de Oliveira

Jayme José de Oliveira

O terceiro volume da trilogia sobre Cícero, DICTATOR, é intrigante e denso, abrange os eventos mais épicos da História Antiga nos anos limiares à entrada em cena do mais impactante personagem da história da humanidade: Jesus Cristo, o homem que dicotomizou a HISTÓRIA e dividiu-a em antes de Cristo (a.C.) e depois de Cristo (d.C.). Toda a humanidade hodierna respeita esta divisão. Nem religiões, nem filosofias, nem regimes políticos discutem esta verdade. Cristo foi um divisor de águas na HISTÓRIA das civilizações.

Do colapso da República Romana ao assassinato de Pompeu e Júlio César a questão central é atemporal: como manter a liberdade política imaculada enfrentando a incoercível busca por ganhos pessoais? Como obstaculizar a ganância irrefreável de líderes carismáticos, religiosos de todos os matizes, tiranos sanguinários e revoltosos que desde sempre tentaram subverter a ordem vigente, alguns com os mais nobres desígnios, outros os mais torpes?

Cícero, vinte e três séculos no passado é um herói fascinante para o seu tempo e para os dias atuais. Intelecto brilhante, o maior orador da época, político imbuído dos mais elevados padrões morais e paradigma entre seus pares, mesmo ele teve que se dobrar às vezes por injunções que a natureza humana impõe mesmo aos seus luminares.

“E assim, pôs de lado seus desprazeres e suas suspeitas e fez a ronda a favor de Pompeu, exatamente como fizera anos antes quando era um senador em ascensão. Isso, para mim, foi outra lição de política – uma ocupação que para, ser desempenhada com sucesso, exige as mais extraordinárias reservas de autodisciplina, uma qualidade que os ingênuos frequentemente confundem com hipocrisia”.(Tiro, escravo e secretário de Cícero, pg. 315 de livro LUSTRUM, segundo de uma trilogia escrita por Robert Harris, com base em documentos históricos).

“Ser ignorante do que ocorreu antes de nasceres é permanecer sempre uma criança, pois qual é o valor da vida humana, a menos que esteja entrelaçada à vida dos nossos ancestrais pelos registros da história”? (Cícero, 46 a.C.).

“Justamente quando os deuses haviam deixado de existir e Cristo ainda não chegara, houve um momento único na História, entre Cícero e Marco Aurélio, em que o homem esteve só. Em nenhum outro lugar encontro essa grandeza particular”. (Gustave Flaubert, carta a madame Roger desGenettes, 1881).

“Os tribunos romanos tinham o poder de expor e arrastar cidadãos diante do povo para atormentá-los e persegui-los. Cícero, sem perder tempo, decide que não tinha escolha senão fugir de Roma”. (Robert Harris, autor de DICTATOR, terceiro volume da série dedicada à carreira de Cícero, 106 a.C. – 43 a.C.).

E CONTINUA TUDO COMO ANTES NO QUARTEL DE ABRANTES.

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado

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