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Cidadania Planetária – Por Dom Jaime Pedro Kohl

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Preparando-nos para receber a reflexão da Campanha da Fraternidade achei importante partilhar essa reflexão do teólogo Memore Restori, na revista Mundo e Missão nº 209.

         Diz ele que a contemporaneidade pode ser definida como “era planetária”, onde tudo está interligado seja na realidade humana como na realidade planetária. É uma era em que todos os seres humanos se encontram, unidos numa espécie de comunidade do destino cada vez maior.

         A era planetária tem sua origem no início da diáspora do homo sapiens pelo planeta, desenvolvendo-se na Idade Moderna através das grandes navegações e descoberta de novos povos, alcançando o seu ápice no final do século 20 com o fenômeno da globalização.

         Nos anos 70, o filósofo McLuhan criou o conceito de “aldeia global” a partir dos feitos da comunicação que estava reduzindo, de forma inacreditável, as distâncias entre os povos. O que parecia “ficção” hoje é pura realidade ao “toque de um clique”.

         Com o enorme desenvolvimento científico e tecnológico a humanidade deparou-se com uma realidade onde as possibilidades e os desafios se apresentam ao mesmo tempo. Hoje se vive nas fronteiras, onde povos e culturas se encontram e “desencontram” abrindo novos horizontes, travando novos conflitos e reerguendo “muros da vergonha”.

         Perante este contexto mundial que se configura na “aldeia global” faz-se urgente recontextualizar a educação, na forma básica do cidadão, tendo presente que hoje a pertença não é mais local, mas global. O ser humano precisa tomar consciência de sua cidadania planetária, membro da humanidade, com responsabilidades universais, inclusive com a Mãe Terra.

Esta realidade é fascinante pelo fato que o desafio se torna apaixonante. Também apresenta seu aspecto mais sombrio e assustador, devido aos efeitos nefastos da globalização neoliberal que está produzindo a exclusão social, a homogeneização cultural e o mito do bem-estar pessoal, afrouxando e até rompendo os relacionamentos entre os indivíduos, as sociedades e culturas, com a natureza e o transcendente.

Considerando os “quatro pilares da educação”, vale à pena destacar o quarto: “aprender a viver juntos, aprender a viver com os outros” (Jacques Delors).

         Ao longo deste ano nos propomos a abordar o tema da “Educação à Mundialidade e Interculturalidade” visando “promover uma sociedade que respeite as diferenças, combatendo o preconceito e as discriminações nas mais diversas esferas, efetivando a convivência pacífica das várias etnias, culturas e expressões religiosas, o respeito às legítimas diferenças” (DGAE n.116).

         Com o papa Francisco dizemos: “Amamos este magnífico planeta, onde Deus nos colocou, e amamos a humanidade que o habita. A terra é a nossa casa comum e todos somos irmãos” (EG 183).

Dom Jaime Pedro Kohl

Diocese de Osório

 

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