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Cientistas descobrem molécula que pode prevenir contágio por Aids

Um consórcio internacional, liderado pelo pesquisador da Universidade de Lleida Paul Christou, obteve mediante engenharia genética no milho anticorpos do vírus da Aids, que poderia se constituir na base de um tratamento “barato e inócuo” de aplicação vaginal tópica.

A explicação foi dada nesta segunda-feira (03) por Christou, que dirigiu o trabalho de caráter filantrópico, que foi financiado pela União Européia (UE) com 12 milhões de euros (US$ 18,2 milhões) e contou com a participação de 39 grupos internacionais de pesquisa.

O cientista e seus colegas foram capazes de produzir a molécula 2G12, “um dos anticorpos mais promissores” contra o HIV, após introduzir um gene no milho e conseguir gerar grandes quantidades desta proteína nas sementes do cereal.

A pesquisa, cujos resultados aparecem publicados no último número da revista “Proceedings” of the National Academy of Sciences” (“PNAS”), comprova as “valiosas propriedades farmacêuticas” da molécula.

Ela poderia inclusive ser usada para projetar uma pasta de aplicação tópica com a qual combater o vírus da Aids de forma “barata e efetiva”.

Além disso, os cientistas demonstraram que esta molécula também poderia ser obtida mediante engenharia genética nas sementes de outras plantas.

Segundo Christou, a importância da descoberta está em que este anticorpo poderia dar lugar a um remédio “muito mais barato” que os obtidos até o momento em cultivos de células de mamíferos, cuja principal desvantagem está no alto custo que supõe sua fabricação.

Em sua opinião, o medicamento poderia ser o futuro de uma “estratégia muito eficaz” contra o HIV, que inicialmente se aplicaria nos países africanos, onde a situação é mais grave e a aids afeta cerca de 22,5 milhões de pessoas.

Posteriormente, o remédio também poderia ser administrado entre os países desenvolvidos, embora antes de isso, disse, seja necessário fazer testes clínicos em humanos com os quais provar sua eficácia.

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