Clima beneficia lavouras de verão
Com boa disponibilidade de água, a lavoura do arroz permanece com bom desenvolvimento. A semana foi de avanço na irrigação definitiva dos quadros, assim como a continuação da adubação nitrogenada. Parte da lavoura de arroz, cerca de 2%, já se encontra em início de enchimento de grãos.
Em algumas áreas de lavouras de feijão da 1ª safra, as condições climáticas anteriores reduziram o potencial produtivo, caindo seu rendimento em cerca de 10% em relação à inicialmente estimada. Isso é visível em lavouras do Vale do Rio Pardo e região Central, mas não se generaliza para a totalidade das regiões do RS. No Estado, 27% das lavouras de feijão já foram colhidas.
Na lavoura do milho, as chuvas que aconteceram no Norte do Estado, mesmo que desuniformes, restabeleceram, em parte, a umidade no solo, e permitiram sua recuperação. Houve melhora do desenvolvimento das plantas que se encontram na fase reprodutiva, mesmo que exista, ainda, em algumas áreas, necessidade de uma maior precipitação, para melhorar seu desenvolvimento.
Nesta semana, iniciou-se com maior intensidade no Estado, o plantio de milho em áreas de pós fumo. No geral, 29% das lavouras de milho estão em germinação e desenvolvimento vegetativo, 22% em floração, 35% em enchimento de grãos e 4% do milho semeado se encontram na fase maduro e por colher.
Restando cerca de 1% da área prevista para a implantação total da lavoura de soja no Estado, a germinação e o desenvolvimento vegetativo são considerados muito bom em todas as regiões do RS. Até o momento, as precipitações do final do ano deram boas condições para esta cultura.
Hortigranjeiros
As chuvas ocorridas no final do ano, beneficiaram a produção de hortigranjeiros, especialmente aqueles cultivadas a céu aberto e sem grandes condições de irrigação.
O mercado permanece abastecido no Estado, apenas com pequenas restrições de alguns poucos produtos, em decorrência do grande aglomeramento de pessoas no Litoral do RS, onde se faz sentir a situação.
Na região da Serra foi concluída a colheita da cebola nos 2.100 hectares cultivados. As últimas lavouras colhidas mantiveram o excelente padrão de sanidade e qualidade, totalizando uma produção de 52.500 toneladas. Na propriedade, a cotação do bulbo está em média a R$ 0,55/kg.
Ainda na Serra Gaúcha, segue forte a colheita do tomate, registrando bom rendimento e ótima qualidade de frutos. Com o aumento da oferta nos pontos de venda, os preços do tomate começaram a cair, estando valorados na propriedade em torno de R$ 0,60/kg.
As lavouras de melancia implantadas no cedo na região Carbonífera encontram-se em fase de colheita, apresentando boa qualidade e produtividade, com cerca de 25t/ha. O preço médio recebido pelos produtores é de R$ 0,33/kg. As lavouras semeadas mais no tarde (novembro), estão com bom desenvolvimento vegetativo.
Forrageiras e criações
As chuvas ocorridas permitiram a retomada do ritmo de crescimento das forrageiras e, como conseqüência, do crescimento da produção leiteira, diminuindo a apreensão que vivia o setor nos últimos dias. Melhoram, também, as perspectivas para a produção de silagem a ser utilizada na próxima entressafra do leite.
O mercado do leite abriu o ano em alta. De acordo com pesquisa de preços realizada pela Emater/RS-Ascar, o preço médio do litro do leite passou de R$ 0,54 para R$ 0,55, uma alta de 1,85%. O preço mínimo também subiu de R$ 0,44 para R$ 0,45. Não foi detectada alteração no preço máximo, mantendo-se este na faixa dos R$ 0,61 o litro.
Já o mercado do boi gordo entra o ano em baixa. Segundo a mesma pesquisa, o preço médio do boi gordo caiu de R$ 2,38 para R$ 2,35, queda de 1,26%. O mesmo ocorreu com os valores praticados para a vaca gorda, que tiveram uma queda de 1,84%, sendo que o seu preço, atualmente, está em R$ 2,13. De uma forma geral, o retorno das chuvas favoreceu o desenvolvimento das pastagens, quer sejam elas nativas ou implantadas, fato que se reflete de forma positiva no estado corporal e sanitário do rebanho geral.
No município de Tramandaí, os ventos, considerados de fraca a média intensidade, que sopraram alternadamente do quadrante Sul e Norte, combinados com chuvas de pouco intensidade (28,8 mm), não interferiram esta semana na realização da pesca no mar com bote. As capturas ficaram na faixa dos 80 kg/dia e as espécies mais capturadas foram: o bagre, a pescada amarela, a corvina e o linguado.
Durante a semana, a Patrulha Ambiental intensificou o monitorando dos pontos de pesca com cabo no Litoral. No estuário, a captura aconteceu com rede fixa e tarrafa. As espécies mais capturadas foram a corvina e a tainhota, sendo que o rendimento ficou na faixa dos 8 a 12 kg/dia. Em decorrência dos altos volumes de precipitação ocorridos na primavera, tudo indica que o início da temporada de captura do camarão deverá ser realizado no mês de fevereiro.