A Globo, nos últimos meses, está sendo bombardeada por acusações e processos envolvendo seus autores de novelas. A mais recente aconteceu no começo dessa semana, quando o cineasta Walter Salles anunciou que vai processar o autor da novela Cobras e Lagartos, João Emanuel Carneiro. De acordo com Salles, o motoboy vivido por Daniel de Oliveira é um plágio de um personagem de seu próximo filme, Linha de Passe.
Segundo o Jornal da Tarde, João Manuel trabalhou com Salles em Central do Brasil (1998) e o Primeiro Dia (1999) e escreveu o primeiro roteiro de Linha de Passe, mas o motoboy ainda não existia na história. A versão com o personagem foi lida por Carneiro apenas por e-mail.
No filme, o motoboy se apaixona por uma moça que toca flauta, o que acontece também na novela, mas a Globo decidiu mudar o instrumento musical para clarinete. A emissora também regravou cenas e decidiu demitir Duda da agência de motoboys, transformando-o apenas em um “amante de motocicletas”. Porém, Walter Salles não se contentou com as mudanças.
O jornal aproveita para relembrar algumas acusasões de plágio que a emissora está enfrentando atualmente:
Belíssima – A escritora Leda Prado alega que um roteiro escrito por ela, que estava na Biblioteca Nacional, no Rio, teria sido roubada do local. Alguns personagens da novela Belíssima seriam iguais aos criados por ela.
Alma Gêmea – Walcyr Carrasco também foi acusado de plágio por conta da última novela das seis. O escritor Carlos de Andrade entrou com um processo alegando que a história de Alma Gêmea é uma cópia literal de seu livro, Chuva de Novembro, lançado em 1997 e, hoje, na terceira edição.
“O plágio é a tarefa mais árdua de comprovar, pois há muita gente com projetos de vida para se enriquecer via esses processos. Mas um plágio bem sucedido é um crime perfeito”, finaliza o advogado Nehemias Gueiros, especializado em direitos autorais.