Foto arquivo: Ivan de Andrade

A Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) foi vendida em leilão realizado na bolsa de valores de São Paulo, a B3, na manhã desta terça-feira (20).

O grupo Aegea foi o vencedor da disputa com uma oferta de R$ 4,151 bilhões, que representa ágio de 1,15% .

Esse montante é pouco acima do preço mínimo de R$ 4,1 bilhões estipulado para a liquidação do patrimônio da Corsan.

Apenas a Aegea apresentou proposta no certame.

Maior empresa do setor no Brasil, a Aegea já opera uma parceria público-privada (PPP) com nove municípios da região metropolitana de Porto Alegre.

PGE obteve no TST a manutenção do leilão da Corsan

Após pedido de suspensão de liminar proposto pela Procuradoria-Geral do Estado (PGE-RS), no Tribunal Superior do Trabalho (TST), o presidente da Corte, ministro Lelio Bentes Corrêa, em decisão publicada na tarde desta segunda-feira (19/12), deferiu parcialmente o pedido e autorizou a continuidade do processo de desestatização da Corsan. Dessa forma, o certame, na B3, em São Paulo, está mantido e irá ocorrer conforme o planejado às 10h desta terça-feira (20/12).

O pedido da PGE é decorrente de decisão proferida em mandado de segurança impetrado pelo Sindiágua, no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4), que suspendia o processo de desestatização por 90 dias.

Entre seus argumentos, a PGE destacou o risco de dano irreparável à economia e à ordem administrativa que a manutenção da liminar geraria, com prejuízos inestimáveis ao Estado, à companhia e à população.

Além disso, a Procuradoria destacou que com a modificação de controle da Corsan não haverá alteração dos contratos de trabalho celebrados entre a empresa e seus empregados, mas apenas a alteração do controlador, sem implicar qualquer consequência direta ou imediata nas relações contratuais de trabalho.

Salientou, também, que o próprio edital contém cláusula específica impondo ao comprador a obrigação de fazer com que a Corsan cumpra acordo coletivo de trabalho por ela celebrado, bem como observe todas as obrigações correspondentes aos contratos de trabalho em vigor.

Sobre obrigações com o Funcorsan, a PGE apontou que a desestatização não gera qualquer risco em relação às obrigações patronais, já que tais obrigações decorrem do regulamento do Plano BD nº 001 da Funcorsan, cujas regras não sofrerão nenhuma modificação em razão da alteração do acionista controlador.

Por fim, a Procuradoria reiterou que a paralisação do processo licitatório às vésperas da sessão pública de leilão acarretaria danos graves ao processo de desestatização, que foi estruturado com apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) desde 2021 e contou com análise integral e aprofundada de diversos órgãos de controle. Obstaculizar neste momento acabaria por gerar elevada insegurança jurídica, além de comprometer a ordem administrativa.

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