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Confeccionistas do Litoral qualificam processos

O aperfeiçoamento em técnicas de costura, assessorias em modelagem e em projetos de novas coleções são as estratégias utilizadas por 168 costureiras e confeccionistas dos municípios litorâneos de Osório, Balneário Pinhal, Tramandaí, Capão da Canoa e Torres, para conquistar o mercado nacional.

O grupo iniciou nesta segunda-feira, 7 de julho, em Capão da Canoa, o primeiro curso de um ciclo que percorrerá os cinco municípios até o final do mês de outubro. A capacitação contemplará técnicas de costura, modelagem, risco e corte, desenho de moda, e assessorias técnicas em projetos de coleções; e, em modelagem, processo produtivo, desenvolvimento de coleções e layout.

A iniciativa integra as ações do projeto Desenvolvimento do Litoral Norte Gaúcho, impulsionado pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Rio Grande do Sul (Sebrae/RS), em parceria com a Associação da Confecção de Torres (Acont), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e as Prefeituras Municipais das cidades que integram a ação.

Os cursos e assessorias foram definidos a partir de um levantamento das necessidades de qualificação de mão-de-obra, gestão e ações de mercado, realizado pela gestora do projeto Desenvolvimento Regional do Litoral Norte Gaúcho, Camila Ferraz, e pelo técnico do Senai Moda e Design/RS, Américo Velasques, juntamente com os 168 empreendedores.

O objetivo foi determinar ações que tornem o grupo mais competitivo, qualificado e profissionalizado. Após o levantamento, as cinco Prefeituras Municipais subsidiaram integralmente as despesas com os cursos, enquanto que o Sebrae/RS cedeu profissionais, de forma gratuita, para acompanhamento dos empreendedores em assessorias técnicas.

“O levantamento mostrou também que existe demanda no mercado nacional por coleções em moda infantil e de uniformes, focos das atividades que serão exploradas a partir de agora pelas empreendedoras”, adianta a técnica do Sebrae/RS e gestora do projeto de Desenvolvimento do Litoral Norte Gaúcho, Camila Ferraz. “Muitos empreendedores ficavam sem atividade com a baixa de turistas no inverno e, agora, com a melhoria da técnica de costura, podem projetar novos negócios”, avalia. A expectativa do projeto é elevar em 10% as vendas e em 2% os empreendimentos e postos de trabalho formais na região até o final do ano.

De acordo com Camila, o setor tem crescido nos últimos três anos com a procura de confeccionistas (empresas e/ou profissionais que recebem a roupa cortada e fecham as costuras) por empresas de Santa Catarina. “Percebemos esse potencial e começamos a trabalhar de forma integrada a gestão das empresas e a qualificação técnica do grupo”, explica. Conforme a gestora, com o aquecimento dos negócios no setor no Litoral, algumas costureiras que realizam essa atividade de maneira informal, ou representavam franquias de outras empresas, estão tendo acesso a qualificações e vislumbrando oportunidades de constituírem seu próprio negócio.

Este é o caso da empresária, Iara Maria Carvalho, proprietária da Iara Jeans, em Torres. Ela representava uma marca de roupas na sua cidade e esteve perto de fechar as portas quando, em 2005, tomou a decisão de ter seu próprio negócio, de desenvolver coleções com sua marca e aumentar os ganhos. “Tive medo de não conseguir concorrer no mercado, mas as pessoas já identificavam o meu estabelecimento, como a loja da Iara, então, mantive este nome e as vendas”, recorda.

Hoje, a Iara Jeans faz customizações, tingimento e faccionamento em peças de jeans e trabalha principalmente com jaquetas plush, uniformes escolares e esportivos. A empresa atende o mercado do Sul do País e facciona roupas para fábricas de São Paulo e do Ceará.

Após o ciclo de capacitações, Iara quer lançar uma nova coleção. “Pretendo aplicar os conhecimento adquiridos nos cursos para produzir uma coleção de moda infantil até o final do ano”, revela.

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