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Consumo de álcool combustível cresce mais de 52%

De janeiro a junho, o consumo de álcool combustível no país cresceu 52,9% e já se igualou ao da gasolina.

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aponta que esse crescimento foi motivado pela retração média de 12,1% no preço do litro do combustível, que passou de R$ 1,70 para R$ 1,50 nas bombas.

“O álcool está funcionando como uma âncora e vem segurando o preço da gasolina. A despeito da gasolina ter tido um aumento na refinaria autorizado pelo governo, este aumento não se refletiu na bomba. Pelo contrário, a gasolina até caiu de preço”, disse o superintendente de Abastecimento da ANP, Edson Silva.

Os dados indicam que o consumo de álcool hidratado no país subiu de 3,9 bilhões de litros para 6 bilhões de litros do primeiro semestre de 2007 para o segundo semestre de 2008. Já a demanda pelo álcool anidro, que é misturado à gasolina, aumentou de 2,74 bilhões de litros para 3 bilhões de litros no período, um aumento de 9,82%.

O consumo de gasolina A – sem a mistura do álcool – caiu de 9,1 bilhões de litros para 9 bilhões de litros, uma queda de 1,59%.

O consumo do óleo diesel aumentou no semestre 9,8%, e continua liderando a matriz energética veicular do país com 61,2% do mercado.

O consumo de GNV (gás natural veicular) retraiu no período 1,3%.

“Eu não tenho dúvidas de que, mais do que uma política de governo, o que vem segurando o aumento no preço da gasolina nas refinarias é o crescimento do consumo de álcool no país, que apresenta melhor preço e a possibilidade de com o carro flex o consumidor escolher qual combustível é mais vantajoso ao abastecer o seu veículo”, explicou Silva.

De acordo com a ANP, a maior oferta e o melhor preço do álcool nas bombas têm levado a uma mudança significativa na matriz energética do país, do ponto de vista do consumo de combustíveis.

Segundo a agência, os biocombustíveis já respondem hoje por 18,5% do consumo no Brasil, e a tendência é de que com o B3 (mistura do diesel mineral com o vegetal), que entrou em vigor no segundo semestre, esta participação chegue a 20% em dezembro.

“Todas as variáveis apontam neste sentido. Não há cenário de aumento no preço do álcool, não há cenário de diminuição da oferta. e ainda por cima há um cenário que aponta para o aumento da oferta de veículos flex. Então, esse crescimento da participação dos biocombustíveis na matriz energética tende a se consolidar, e nós podemos afirmar que com o B3 eles podem se aproximar e até ultrapassar os 20% na matriz energética do país”, afirmou.

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