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Corregedoria da PF quer investigação sobre Tuma Júnior

A Corregedoria Regional da Polícia Federal (PF) em São Paulo deu parecer favorável à abertura de inquérito para apurar suspeitas de envolvimento do secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, com integrantes da chamada máfia chinesa.

Em nota divulgada hoje (11), a Polícia Federal trata como indícios contra o secretário as gravações de conversas telefônicas entre Tuma Júnior e Li Kwok Kwen, conhecido como Paulo Li, apontado como um dos chefes da máfia chinesa em São Paulo. A PF informou que esses indícios estão sob segredo de Justiça e que o uso de gravações no possível inquérito policial ainda depense de autorização judicial.

Na nota, a PF lista a sequência de operações realizadas de 2007 a 2009.Foram citadas as operações Persona, Trovão, Wei Jin e Linha Cruzada. Todas elas tinham o objetivo de desmantelar esquemas fraudulentos de comércio exterior. Um dos esquemas chegou a contar com a participação de uma agente da Polícia Federal que ilegalmente teria cobrado por emissão de passaporte na superintendência da instituição em São Paulo.

A PF esclarece que Tuma Júnior não fazia parte do rol dos investigados nas quatro operações, nem teve suas linhas telefônicas interceptadas. No entanto, segundo a PF, durante o monitoramento, foram registrados frequentes diálogos telefônicos entre Tuma Júnior e os investigados.

A nota diz ainda que, após a deflagração da operação Wei Jin, em setembro de 2009, Tuma Júnior procurou espontaneamente a PF para esclarecer suas relações com Paulo Li, preso apontado como integrante da chamada máfia chinesa e que liderava um esquema de contrabando de celulares. No entanto, o depoimento do secretário não faz parte do inquérito. “O termo de declarações não foi juntado ao inquérito da Operação Wei Jin por não ter relação direta com os fatos apurados naquele procedimento”, explica a nota.

“Os diversos indícios sobre o possível envolvimento do secretário nacional de Justiça constam de diferentes procedimentos, todos sob segredo de Justiça. Dessa forma, a Polícia Federal depende de autorização judicial para uso do material visando à instauração de inquérito policial específico para apurar a prática, em tese, de crime contra a Administração Pública”, conclui a nota.

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