Correios: greve tem baixa adesão
De acordo com a nota, toda a rede de atendimento está aberta e todos os serviços, inclusive Sedex e Banco Postal, estão disponíveis, mas com alguns problemas pontuais na entrega de encomendas com hora marcada e no Disque-Coleta – serviço de coleta domiciliar de encomendas. A empresa informa, ainda, que algumas entregas, como telegramas, poderão ser feitas com atraso.
Para manter a continuidade dos serviços de entrega de cartas e encomendas, a estatal adotou medidas como deslocamento de funcionários, pagamento de horas extras, contratação temporária de servidores e mutirões para entregas nos fins de semana.
A Fentect, entidade que agrega 29 dos 35 sindicatos que representam trabalhadores dos Correios, reivindica 7,13% de aumento, alegando defasagem salarial causada pela inflação recente, mais 15% de aumento real e R$ 200 de aumento linear para todos os 123 mil servidores. Além disso, pede 20% de aumento pelas perdas salariais ocorridas desde o Plano Real.
Os Correios alegam não ter condições de atender às reivindicações da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresa de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect). Segundo o órgão, atender às demandas causaria impacto de R$ 31,4 bilhões sobre a folha de pagamentoo, o equivalente a “quase o dobro da previsão de receita” para este ano, “ou o equivalente a 50 folhas mensais de pagamento da ECT” como um todo.
Ainda de acordo com a estatal, 65% das receitas de vendas são destinados ao pagamento de salários, benefícios e encargos. Na nota, informa que, entre 2003 e 2012, o ganho real dos trabalhadores foi 36,91%. O percentual estaria, segundo a empresa, “acima da inflação do período”.
Além das reivindicações salariais, o diretor da Fentect, James Magalhães, afirma que outro ponto que preocupa os trabalhadores é o sucateamento do Correios Saúde, plano que atualmente é administrado pelo setor de recursos humanos da empresa. “Desde 2009, eles vêm sucateando o plano. Fecharam vários ambulatórios dentro dos Correios. Agora querem repassá-lo à iniciativa privada, sob o nome de Postal Saúde, prejudicando também esse direito dos trabalhadores”.
Contatada pela Agência Brasil, a estatal disse que vem investindo na melhoria das condições de trabalho e que, nos últimos dois anos e meio, contratou 16,5 mil trabalhadores por concurso público. Outros 6,6 mil trabalhadores estão em vias de serem admitidos. Além disso, acrescenta que foram investidos mais de R$ 810 milhões na compra de 16 mil veículos, na construção, reforma, manutenção e ampliação de 1,5 mil unidades e na aquisição de computadores e equipamentos para a área operacional.
Sobre o Correios Saúde, a empresa garante que os benefícios atuais serão mantidos e que não haverá nenhum prejuízo aos trabalhadores. De acordo com a estatal, todo processo de migração para o Postal Saúde demanda autorização da Agência Nacional de Saúde (ANS). Além disso, acrescenta, a alteração da gestão será feita por um conselho formado por representantes indicados pelos Correios e por empregados.