Corrupção Política
Isto não é novidade para ninguém, pois em Roma penso eu que mesmo antes da República já havia corrupção. Aliás, ela é inerente ao ser humano, pois quando Deus o criou à sua semelhança, conferiu ao mesmo diferentemente do seu primo, o macaco, a condição do raciocínio decorrente da inteligência e este, em dado momento inventou a moeda como instrumento de troca.
Ou seja, naquele momento surgiu o dinheiro e aí a vergonha e pudor foram para o espaço. Hoje ainda mais do que no passado é um salve-se quem puder. A coisa funciona mais ou menos assim: um sujeito encantado com o “material” de uma mulher de vida fácil (fácil uma ova, disse-me certa feita uma delas durante um plantão em que ela estava ali para ser ouvida, pois aturar a maioria dos “clientes” não é o que todos imaginam) lhe propõe um valor irrisório ao que a mesma contesta dizendo: tá pensando que sou o quê? E ele responde: o que és eu sei, só estou querendo saber o preço. Daí se pode chegar à conclusão que na grande maioria das vezes o problema é questão apenas de preço. Infelizmente é assim mesmo.
Houve um governo que foi uma praga, em minha opinião, e no qual o DETRAN foi vendido à iniciativa privada. Já sei que muitos vão dizer que não foi bem assim. E aí respondo dizendo que as Auto Escolas, algo enquanto o DETRAN estava em mãos do estado era supérfluo, se adonaram do serviço que antes era público e tinha alguns problemas, o que reconheço, mas que diante do que se viu na CPI que desnudou a quadrilha, era café pequeno. E a falta de vergonha é tão grande que um dos “doutores” que ao que tudo indica fazia parte do esquema, conseguiu ainda preso, em menos de uma semana, sua aposentadoria. Esta foi derrubada algum tempo depois. O propósito era o de agarrar a aposentadoria antes da sentença condenatória, com a expectativa de levar a mesma até para a prisão se houver condenação.
E aqui cabe uma pergunta que certamente o governo poderá responder se assim desejar, mas que duvido possa convencera mim e a maioria dos leitores, qual seja o que foi aplicado como punição a chefe do referido servidor que lhe concedeu aposentadoria em tempo recorde. Penso que sei a resposta. Nada. Observe-se que escrevi se houver condenação, pois segundo foi noticiado uma Juíza Federal teria sido designada exclusivamente para conduzir o processo e até o momento parece que, especialmente os veículos dos barões da comunicação não estão dando importância maior à tramitação do processo, pois dele nada mais se vê, lê ou ouve.
Penso que não é por outra razão que o ente estado e aqui se aplica no mais amplo sentido do termo, mas caso especificamente o estado do Rio Grande do Sul que recebeu este ano já soma superior a R$ 100,0 milhões da União para aplicar em segurança pública, não tendo, pois em seus cofres recursos para destinar a uma das áreas mais nevrálgicas, recursos próprios, dispõe demais de R$ 90,0 milhões para jogar no colo dos já referidos barões da comunicação.
Sei que o que vou dizer a seguir pode parecer uma tolice, mas como sou um sujeito burro, pois em mais de 30 anos de função pública continuo pagando aluguel para não morar na rua. Não faz muito tempo a imprensa levantou o caso de muitos parlamentares que mantinham “albergues” como forma de captação de votos, é evidente. Pois os mesmos tiveram a desfaçatez de dizer que o estado não proporcionava tal e eles então o faziam por caridade. Esta explicação foi suficiente e o assunto morreu ali. Mentira deslavada sim, pois o Legislativo tem como principal função, além da de legislar, a de fiscalizar o Executivo e exigir deste que execute tal serviço sob pena de conseqüências óbvias.
Vivemos num mundo do faz de conta. O governo faz de conta que governa e o Legislativo faz de conta que cumpre com sua obrigação.
E os eleitores que, em sua grande maioria, não tem consciência do que ocorre à sua volta, cumprem e seu papel de comparecer às urnas e ungir esses… , digo espertalhões, pois meu desejo era o que usar um vocábulo chulo e que você leitor não tem obrigação de aturar, embora acredite que você pense assim também. Hoje é uma segunda-feira, a penúltima deste mês de novembro e quando você estiver lendo essas linhas, por certo já terá vindo à tona mais um político, hoje sem mandato, mas contemplado com ótimo emprego/aposentadoria que tem propriedades aparentemente muito acima de suas possibilidades. E têm muitos mais na fila. Esperem e irão saber do que estou falando. Os tradicionais meios de comunicação que são o jornal, o rádio e a televisão, pela ordem de seu surgimento, podem e são de certa forma controlados, ou vocês pensam que um desses muitos jovens que chegam as redações saídos de uma faculdade pode ter iniciativa.
Ledo engano. São submetidos a uma pauta e ainda assim antes que seu trabalho chegue às oficinas, passa pelo crivo do editor, este um profissional antigo e experiente e que “pensa” e pensa mesmo, pois submetido durante muitos anos ao sistema acaba fazendo parte dele muitas vezes sem nem mesmo perceber, como o patrão. Claro que não há “censura”, mas nada sai da redação que não seja ao gosto da empresa. Se tiver dúvida quanto a isto e conhecer algum jovem jornalista que esteja empregado numa dessas grandes empresas, pergunte ao mesmo e já sei qual a reposta vai receber, pois esta é a realidade, o restante é utopia.
Mais recentemente surgiu algo impossível de controlar que é a Internet. Algum controle é conseguido, mas aí muito dinheiro é necessário dado ao número de blogs e sites que há. Há editores de sites patrocinados por interesses que não são os nossos. Alguns mais decentes (afinal todos precisam sustentar suas famílias) veiculam propaganda e se omitem de tocar nos assuntos. Ainda há os que vestem as camisas e trombam inclusive com os leitores. Como sou ético, ou pelo menos pretendo ser, não vou dar nomes aos bois, mas você leitor mais atilado preste um pouco mais de atenção e verá que pode separar o joio do trigo sem maiores dificuldades.
Encerro por aqui, invocando como sempre o faço, a proteção de Deus a todos nós.