Cresce peso do Nordeste e Centro-Oeste na construção
Segundo o IBGE, esse desempenho resulta do fato de que as duas regiões se beneficiaram dos investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do Programa Minha Casa, Minha Vida, assim como das obras preparatórias para a Copa do Mundo de 2014. Entre essas obras, destacam-se, no Nordeste, a transposição do Rio São Francisco, o emissário submarino de Salvador (sistema de lançamentos de resíduos no oceano, distante da costa) e as ferrovias Transnordestina e Leste-Oeste. Já no Centro-Oeste, os destaques foram a construção da Ferrovia Norte-Sul e as obras de duplicação de diversas rodovias.
Apesar do crescimento verificado nas regiões Nordeste e no Centro-Oeste, o Sudeste manteve em 2010 a maior participação em pessoal ocupado (56,1%) e no valor das incorporações, obras e serviços da indústria da construção (63,6%).
No geral, a pesquisa do IBGE mostra que em 2010 as incorporações, obras e serviços das empresas de construção somaram R$ 258,8 bilhões, um aumento real de 23,3% em relação a 2009. Excluindo-se as incorporações, o valor das obras e serviços atingiu R$ 250 bilhões, 42,8% dos quais provenientes de obras públicas. Essa participação foi ligeiramente menor do que em 2009, quando as obras públicas representaram 44% do total. Já a receita operacional líquida atingiu R$ 245,2 bilhões, uma expansão de 23,4% sobre 2009.
Em 2010, as 79,4 mil empresas de construção do país empregaram cerca de 2,5 milhões de pessoas e tiveram gastos com pessoal ocupado no total de R$ 63,1 bilhões. Esses gastos representaram 30,7% do total de custos e despesas do setor, que foi R$ 205,6 bilhões. O salário médio mensal ficou em R$ 1.300, 8,7% superior aos R$ 1.196 de 2009.
Os números da Paic mostram ainda que entre 2007 e 2010 a receita bruta da construção cresceu 96,3%, passando de R$ 134 bilhões para R$ 263,1 bilhões. A pesquisa levantou informações sobre o segmento empresarial em todo o território nacional, comparando os dados com os de 2009 e 2007.