Cuba concede mais autonomia a empresas estatais
Com a nova lei, as cerca de 2,8 mil empresas estatais poderão comercializar, a preço de mercado, os excedentes produzidos, depois de pagar os encargos do Estado. Segundo o jornal, o objetivo principal das novas normas é “outorgar mais independência e autonomia à empresa estatal socialista, de maneira que esteja em condições de ocupar o verdadeiro papel que lhe corresponde no desenvolvimento da nossa economia”.
Os salários dos funcionários dessas empresas também poderão ser fixados em função da produtividade e do lucro de cada uma delas, com possibilidade de distribuir lucros entre eles de forma a estimular seus trabalhos. “As empresas poderão distribuir o salário até o limite de suas possibilidades econômicas e financeiras”, informa a regulação, ressaltando a necessidade de aprovação por uma auditoria financeira dos resultados de produtividade.
As estatais também ficam dispensados de devolver ao governo reservas não usadas em anos anteriores, podendo reter até 50% dos lucros depois do pagamento de impostos, o que representa 20% a mais do que lhes era permitido até agora. “As reservas criadas serão utilizadas para incrementar o capital de trabalho, financiar investimentos, desenvolvimento, pesquisas e capacitação, assim como amortizar créditos bancários”, informou o jornal oficial.
Segundo o governo cubano, esse é um “processo gradual de descentralização”. No fim de março, o Parlamento de Cuba aprovou, por unanimidade, uma nova lei de investimentos estrangeiros para atrair capital para o país. O texto, que ainda ainda não entrou em vigor, oferece maiores incentivos ao investimento estrangeiro, com o intuito de contribuir para o desenvolvimento sustentável e a recuperação da economia nacional.