Demarcação do quilombo do Morro Alto é discutida em Osório
“O que o governo faz hoje é uma injustiça sem tamanho. Se tivesse real interesse em resolver o caso compraria terras para alocar as comunidades quilombolas sem gerar ônus para os atuais moradores das localidades, que têm escrituras centenárias, e sem criar conflitos, até porque as famílias são todas amigas, convivem juntas há vida toda”, apontou o deputado federal Alceu Moreira (PMDB/RS), que propôs o debate. Ele também lamentou a falta da presença de representantes do governo no debate, que segundo ele, falam em busca de acordo, mas embora convidados não comparecem reuniões.
De acordo com o presidente da Comissão Fundiária da Farsul, Paulo Roberto Dias, a luta dos agricultores é a favor dos seus direitos e não contra ninguém. O secretário do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Osório, Edson Souza, ainda frisou a importância da localidade do Morro Alto na produção agrícola, pois fornece hortifrutigranjeiros para o Litoral e região Metropolitana.
Agravante
A demarcação do Morro Alto ainda conta com um agravante, lembrou Maria Selmira Mehlecke, do Comitê dos Atingidos por Desapropriações, já que antropólogos signatários do laudo que determina a demarcação também são fundadores da associação que solicitou o processo. Ou seja, não há nenhuma isenção no processo aceito pelo governo.