Dia do Bancário
Ser bancário era fazer parte de uma escola profissional, cujo currículo começava de baixo e ia galgando degraus, por merecimento, por seriedade, por profissionalismo e por competência.Continuo Interno, Auxiliar de Escrita, Escriturário, Chefe de Serviço,Caixa, Tesoureiro, Contador, Gerente, Diretor e Presidente do Banco.
Todo o continuo externo contratado sentia que tinha potencial para ser gerente, diretor e talvez, presidente do Banco se a sua qualificação fosse de excelência.
Em 1970, ano em que deixei o Banco, entre outras coisas, eu já fazia a contabilidade da agencia que compreendia a escrituração dos Livros Caixa e Razão cujos saldos deveriam “ bater “ com o Livro Diário Contábil.Passei em um concurso Publico e vim trabalhar no Banco da Amazônia S.A., antigo Banco da Borracha, onde fiquei até 1994, quando me aposentei para ,novamente, via concurso publico, passar a ser funcionário da Companhia Riograndense de Tele comunicações, onde aprendi muita coisa.Mas minha grande escola profissional, foram, na verdade, o Banco da Província e o Banco da Amazônia, instituições nas quais me foi ensinado que o ser humano é o sujeito de nosso trabalho e de nossa profissão.
Ensinaram-me que atender bem as pessoas com educação, profissionalismo, respeito e urbanidade fazia parte do negocio do banco e estas premissas garantiriam o sucesso individual do bancário e coletivo do banco, como depositários das fortunas, da confiança, da fidelidade, do respeito, do carinho e da amizade de seus clientes.
Por isto, meus colegas, do passado e do presente, lhes estendo um grande abraço de parabéns pelo dia de hoje.
Lamentando que o usuário do banco, de hoje, esteja separado por uma porta eletrônica que o joga na vala rala da impessoalidade, da indiferença e da falta de atenção.
Lamentando que o bancário de hoje seja escravo de um sistema que não lhe dá condições de desenvolvimento profissional mas o torna um prisioneiro de um programa de computador e de uma filosofia empresarial baseada, unicamente, no lucro e na exploração das pessoas. Lamento que tenhamos tantas máquinas de atendimento e tão poucos bancários de oficio no exercício de profissão tão digna.
De qualquer forma não poderia deixar passar sem registro o dia de um profissional que teve tantas glorias e que hoje vive pressionado para o cumprimento de metas que atendem ao interesse financeiro e econômico de uma classe patronal que o aprisiona, angustia e explora.